Importância da competência social para a carreira
29 de junho de 2004Uma pesquisa realizada pela Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK) junto a 2154 empresas confirmou uma tendência observada também em outros países, nestes tempos em que a concorrência no mercado de trabalho se tornou tão acirrada como nunca. As chances reais de sucesso na carreira profissional dependem da personalidade de uma pessoa, conhecimentos teóricos não bastam mais.
Em especial são os soft skills (literalmente "aptidões suaves") — habilidades adquiridas através de experiências nos mais diferentes setores de vida e que podem ser transferidas indiretamente para a atividade profissional — que contam na avaliação de candidatos a um emprego.
Capacidade de análise e de decisão
Para 85% dos empresários consultados, a capacidade de analisar e de tomar decisões é a qualidade mais importante de um funcionário com qualificação acadêmica que tenha aspiração a subir degraus em sua carreira profissional. Seguem: empenho e responsabilidade, espírito de equipe, habilidades na comunicação e em lidar com conflitos.
Ao mesmo tempo em que atribuíram importância a essas qualidades, os empresários lamentaram a existência de enormes déficits, não apenas no quesito competência social como também no que diz respeito ao caráter. A metade atribui a culpa a uma educação equivocada, que deixa de transmitir valores. Um terço vê problemas na educação escolar e 28%, na formação universitária. Um quarto das empresas afirmou ter demitido funcionários que haviam sido contratados logo após a conclusão de um curso superior, em virtude de falhas no comportamento social ou na capacidade de integração.
Relação com a prática
Ao lado da competência social, adquire importância crescente a experiência prática: para 68% das empresas, é importante que o candidato a um posto de trabalho tenha feito estágios ou trabalhado durante os estudos. E quase a metade já demitiu funcionários por incapacidade de aplicar na prática o que tinham aprendido em teoria.
"A importância central de um relacionamento com a prática perpassou a pesquisa inteira como um fio-condutor", declarou Martin Wansleben, diretor-gerente da DIHK. Além de apontar para a necessidade de que os cursos universitários estejam mais relacionados com a prática, integrando inclusive estágios durante os cursos, muitos empresários manifestaram desejo de uma maior cooperação entre a universidade e a indústria no planejamento dos currículos.