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Imigração ilegal diminui na Alemanha

Marion Andrea Strüssmann26 de julho de 2002

A maioria dos imigrantes ilegais sai dos países mais pobres da África, Ásia e do Leste Europeu em busca de uma vida melhor na Europa. Entretanto, o número de clandestinos que consegue entrar na Alemanha é cada vez menor.

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Imigrantes ilegais são surpreendidos pela polícia espanholaFoto: AP

No ano passado, o número de imigrantes ilegais na Alemanha diminuiu cerca de 10%. Em 2001, foram registrados 28.560 clandestinos no país, bem menos do que os 31.485 casos de 2000.

De acordo com o Ministério do Interior, os dados mais recentes confirmam a continuidade deste processo. Uma comparação entre os primeiros meses de 2001 e 2002 aponta que houve um novo retrocesso de 20% no número de clandestinos na Alemanha.

"Esta tendência satisfatória é reflexo da estratégia de cooperação entre as polícias de fronteira", assegurou o ministro alemão do Interior, Otto Schily. "Nós fechamos acordos bilaterais com a polícia de todos os países vizinhos criando, assim, um novo esquema europeu de segurança nas fronteiras".

Combate preventivo -

O acordo bilateral, prevê, por exemplo, a atuação de funcionários da polícia alemã nos chamados países de trânsito, como a Romênia, Iugoslávia, Polônia e Turquia. A função desses funcionários é desbaratar redes de tráfego de clandestinos e impedir a entrada de ilegais, com o objetivo de frear o fluxo de pessoas sem visto de permanência na Alemanha.

As estatísticas demonstram que o combate preventivo está sendo de grande valia para a Alemanha. Já em outros países da Europa, a estratégia tem se revelado pouco eficaz. Segundo a Europol, polícia européia, a cada ano cerca de meio milhão de pessoas sem visto consegue se infiltrar na União Européia. Este número é treze vezes maior do que o registrado dez anos atrás.

Mais clandestinos -

Os especialistas garantem que o número estimado de ilegais na Europa, apesar de elevado, não condiz com a realidade. "A quantidade de estrangeiros ilegais na UE deve ser bem maior", acredita Karl Kopp, que trabalha com refugiados na ONG ProAsyl.

A política do ministro Otto Schily não resolveu a questão da imigração ilegal, segundo Kopp, apenas transferiu o problema para outros países. Nos países que não pertencem à UE e também nos países candidatos a ingressarem na UE haveria, segundo ele, dois tipos de concorrência: entre as gangues que vivem do tráfico de ilegais, e, por outro, entre os policiais.

Vítimas –

"Nós observamos que a concorrência está gerando um aumento da brutalidade, causando cada vez mais mortes nas fronteiras", disse Kopp. "A UE precisa questionar se a política de fechar fronteiras justifica a morte de milhares de pessoas a cada ano".

O Comissário das Nações Unidas para Assuntos dos Refugiados, Ruud Lubbers, alertou a UE quanto ao perigo de um isolamento do continente. Para ele, as causas da imigração ilegal estão nos países de origem dos clandestinos.

"É algo irracional quando os governos destinam verbas generosas para proteger suas fronteiras sem investir nada no cerne do problema. Teria muito mais sentido ajudar os imigrantes a ficarem em seus próprios países ou próximos a eles", assegurou Lubbers, lembrando que muitas pessoas vêem na imigração ilegal a única saída possível e, no desespero, acabam caindo nas mãos das gangues que prometem trazê-las para a Europa.

Distribuição –

Enquanto a Alemanha protege cada vez mais sua fronteira com os países que ainda não fazem parte da UE, como Polônia e República Tcheca, os imigrantes ilegais buscam novas alternativas para entrar na Europa por outras fronteiras. A Itália e Grécia são países bastante visados para o ingresso por via marítima, por exemplo. Além disso, há o problema dos vistos falsos ou o ingresso como suposto turista ou negociante. E, uma vez na União Européia, é fácil chegar até a Alemanha.