Imigração bate recorde na Alemanha em 2022
27 de junho de 2023A imigração líquida na Alemanha em 2022 – ou seja, o número de pessoas que chegaram ao país menos o número dos que partiram – foi a maior já registrada desde o início da série histórica, em 1950. Os dados são do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) e foram divulgados nesta terça-feira (27/06).
Cerca de 2,67 milhões de pessoas entraram na Alemanha no ano passado, enquanto 1,2 milhão saíram, deixando a maior economia da Europa com um ganho líquido de 1,46 milhão de pessoas.
Assim, o superávit migratório foi mais de quatro vezes maior em 2022 do que no ano anterior. Em 2021, o país havia registrado 1,32 milhão de chegadas e 994 mil partidas – ou seja, um ganho líquido de 329 mil pessoas.
A origem dos migrantes
Segundo o Destatis, a principal causa do fluxo migratório foi a guerra na Ucrânia, que levou 1,1 milhão de refugiados ucranianos a buscarem segurança na Alemanha em 2022.
A maioria deles chegou entre março e maio, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro do ano passado. Os números começaram a cair consistentemente a partir de agosto.
Também houve aumentos notáveis na imigração líquida de sírios (68 mil em 2022, ante 41 mil em 2021), afegãos (55 mil contra 31 mil no ano anterior) e turcos (49 mil em 2022 e 19 mil em 2021).
Já as chegadas a partir de outros países da União Europeia (UE) aumentaram apenas ligeiramente, com um ganho líquido de 87 mil pessoas em 2022, em comparação com 81 mil em 2021.
Entre os Estados-membros do bloco europeu, os maiores aumentos migratórios em 2022 tiveram como país de origem a Romênia (35 mil), a Polônia (18 mil) e a Bulgária (13 mil).
Alemães também migram
Desde 2005, mais pessoas com cidadania alemã deixaram o país do que entraram todos os anos. Em 2022, essa emigração líquida chegou a 83 mil pessoas, em comparação com 64 mil em 2021.
Os principais destinos da emigração alemã foram Suíça (que recebeu 22 mil alemães em 2022), Áustria (12 mil) e Estados Unidos (10 mil).
Já dentro da Alemanha, dados oficiais mostram que mais de 1 milhão de pessoas se mudaram entre os 16 estados federais do país – um número semelhante ao do ano anterior.
A capital, Berlim, e o estado de Baden-Württemberg, no sudoeste, tiveram as maiores perdas: cerca de 11 mil e 10 mil pessoas, respectivamente. Já o estado de Brandemburgo, que circunda a cidade-estado de Berlim, foi o que mais recebeu novos moradores de outras regiões, muitos deles vindo da capital.
ek (DPA, AFP, Efe)