Helgoland: 125 anos nas mãos da Alemanha
Em 10 de agosto de 1890, os britânicos cederam a ilha localizada no Mar do Norte para o então Império Alemão. Apesar de ter somente um quilômetro quadrado, o pequeno território tem muita história.
Dividida pela tempestade
Helgoland compreende, na verdade, duas ilhas no Mar do Norte: a principal e uma menor, chamada Düne (duna). Até a grande tempestade de 1721, elas eram conectadas por um banco de areia. Tecnicamente, o pequeno arquipélago não está em alto-mar: ele fica em "mar aberto", mas ainda sobre a plataforma continental.
Dos britânicos para os alemães
Uma ilhota no norte da Europa por uma ilha tropical do leste da África: em 1989, o Tratado de Helgoland-Zanzibar estipulou que os britânicos cederiam o pequeno arquipélago, enquanto o Império Alemão abriria mão do território na costa da Tanzânia. O imperador Guilherme 2º foi a Helgoland para a troca de bandeiras, em 9 de agosto de 1890.
De paraíso a base militar
Nos anos seguintes à Primeira Guerra Mundial, o turismo floresceu na ilha. Mas logo veio uma nova guerra: a partir da metade da década de 1930, os nazistas promoveram a remilitarização de Helgoland: porto, bunkers e túneis foram ampliados. Até hoje é possível visitar parte dessas instalações.
Operação Big Bang
Durante a Segunda Guerra, o Reino Unido bombardeou a ilha. A maior parte dos residentes sobreviveu escondida nos bunkers. Depois da ocupação britânica, os moradores tiveram que se mudar para o continente. Em 1947, os britânicos decidiram explodir todas as instalações militares e munições no local. Até hoje, a Operação Big Bang é a maior explosão não nuclear já vista no mundo.
Alemães querem a ilha de volta
Os receios de que as explosões fariam a ilha desaparecer não se concretizaram. Embora os britânicos tenham continuado usando o local para testar bombas após a guerra, a ilha segue 61 metros acima do nível do mar. Em 1950, dois estudantes alemães ocuparam a ilha em protesto, e os britânicos foram colocados sobre pressão para devolver o território.
Ar puro e cigarro barato
Em 1 de março de 1952, a ilha voltou a pertencer à Alemanha. Porém, os privilégios provenientes da ocupação inglesa ainda permanecem: Helgoland está livre de taxas aduaneiras e do Imposto sobre Valor Agregado. Desde 1962, o arquipélago é oficialmente um "spa" do Mar do Norte. Muitas pessoas vão ao lugar por conta do ar puro – e para comprar cigarros mais baratos.
Superpopulação temporária
No passado, pescadores armazenavam suas pescas nos "barracos de lagosta". Hoje, as casinhas coloridas na costa oferecem um cenário pitoresco principalmente para turistas. Muitos deles, porém, ficam na ilha por somente um dia. Quando os barcos com visitantes chegam no início da tarde, a população dobra por cerca de três horas. À noite, a calma volta a reinar na ilha.
Habitat para aves migratórias
"Lange Anna" (Grande Anna) é uma das atrações mais famosas da ilha. A coluna de rocha se ergue por quase 50 metros no Mar do Norte. O arenito avermelhado que compõe toda a ilha principal oferece um habitat para uma enorme variedade de aves migratórias. Cerca de 370 espécies já foram registradas.
Onde o vento faz a curva
Mesmo que não seja possível ver da ilha as grandes turbinas, Helgoland se tornou uma base para os parques eólicos costeiros. Uma empresa de energia chegou até a alugar o único hotel de luxo da ilha somente para seus funcionários. Helicópteros constantemente decolam do arquipélago – algo com que os ilhéus não estão muito satisfeitos.