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PolíticaAngola

Governo de Angola suspende atividades da Record no país

20 de abril de 2021

Ministério das Telecomunicações afirma que emissora não cumpre requisitos legais para operar no país. Direção da empresa se declara surpresa e afirma que vai buscar explicações. Universal vivencia disputa interna.

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Sede da Igreja Universal em Luanda
Sede da Igreja Universal em LuandaFoto: Borralho Ndomba

O governo de Angola vai suspender, a partir desta quarta-feira (21/04), as atividades da Rede Record, bem como de outros jornais, revistas, sites e rádios, devido a "inconformidades legais".

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Carnaval, na noite desta segunda-feira na televisão pública angolana TPA.

O Ministério das Telecomunicações comunicou que a medida foi adotada devido a inconformidades em relação aos requisitos legais para o exercício da atividade jornalística em Angola.

O comunicado do ministério afirma que a empresa Rede Record de Televisão, que responde pela TV Record África, tem como diretor-executivo uma pessoa que não é angolana e acrescenta que os jornalistas estrangeiros da Record não estão credenciados.

Segundo Carnaval, "infelizmente, as direções destas empresas não cuidaram de corrigir o problema ao longo do tempo que vêm operando no mercado angolano". "Por outro lado, estas empresas, enquanto não procederem a correção em conformidade com os requisitos legais, estarão suspensas do exercício da sua atividade", disse.

"Apelamos que tratem de regularizar a sua situação enquanto empresas de canais de televisão para que possam voltar a manter o contato com a audiência."

A Record TV África manifestou-se surpreendida com a suspensão das suas atividades e afirmou que "sempre se pautou pela legalidade nos mais de 15 anos presentes em Angola e em todo continente africano" e que pretende buscar esclarecimentos com o ministério.

A Rede Record pertence a Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, a qual passa por uma disputa interna entre seus líderes brasileiros e angolanos. A emissora veiculou várias reportagens críticas ao governo, afirmando que os religiosos brasileiros são alvo de xenofobia em Angola.

as/lf (DW, Lusa)