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Crise partidária

(gh)15 de janeiro de 2007

Com a imagem arranhada por intrigas partidárias e a popularidade em queda, Edmund Stoiber faz maratona de reuniões para prorrogar permanência no cargo que ocupa há 13 anos.

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Stoiber: 'estrela cadente' da CSUFoto: picture-alliance/ dpa

O governador da Baviera, Edmund Stoiber, teve nesta segunda-feira (15/01) uma maratona de reuniões com o objetivo de prorrogar sua permanência no cargo até 2013. Mesmo desgastado por uma crise interna da União Social Cristã (CSU) – que participa da coalizão governamental em Berlim –, ele pretende concorrer à reeleição estadual no ano que vem.

Na manhã desta segunda-feira, Stoiber discutiu seu futuro político e a crise da CSU com o líder de sua bancada na Assembléia Legislativa, Joachim Hermann, e o presidente da casa, Alois Glück. "Foi uma conversa construtiva", disse Glück.

À tarde, começou em Wildbad Kreuth uma longa reunião considerada decisiva entre Stoiber e sua bancada estadual. "Luto por meus objetivos, pelo sucesso da Baviera e da CSU", disse o governador antes do encontro. Pela primeira vez, ele teria admitido que pode renunciar a uma candidatura em 2008, informaram as agências de notícias.

As lideranças do partido teriam reiterarado seu apoio ao governador. O ministro da Agricultura, Horst Seehofer, e o secretário de Segurança da Baviera, Günther Beckstein, principais cotados para suceder Stoiber, sinalizaram que não querem exercer o papel de "assassinos do rei".

"O ocaso do patriarca"

Stoiber governa a Baviera desde 1993. Em 2002, perdeu a eleição à Chancelaria Federal para o social-democrata Gerhard Schröder. Em 2004, o presidente francês Jacques Chirac sugeriu o nome do governador bávaro para a presidência da Comissão Européia.

Em 2005, Stoiber havia sido designado pela chanceler federal Angela Merkel para assumir o Ministério da Economia, mas ele desistiu antes de tomar posse e preferiu permanecer no governo da Baviera, um dos Estados economicamente mais fortes da Alemanha.

Deutschland CSU Gabriele Pauli
Pauli criticou abertamente o 'intocável' StoiberFoto: AP

Desde então, Stoiber e a CSU encontram-se em queda de popularidade. A crise se agravou no final do ano passado, quando vieram a público denúncias de que o gabinete do governador havia investigado a vida particular de Gabriele Pauli, que comanda a administração da comarca de Fürth (integrada por 14 municípios na região de Nurembergue).

Pauli, também filiada à CSU, "ousou" criticar abertamente Stoiber e propôs uma troca no comando do partido e do governo estadual nas próximas eleições. O caso já provocou a renúncia do chefe de gabinete do governador e, na avaliação da mídia alemã, está acelerando o "ocaso do patriarca da Baviera".

Em entrevista ao jornal Hamburger Abendblatt, Gabriele Pauli propôs a candidatura de Beckstein para a sucessão de Stoiber. Ela disse desejar que o atual governador "encerre sua era de forma correspondente aos méritos que teve como político".