Floresta Nacional do Jamari
Criada em 1984, unidade de conservação foi concedida à iniciativa privada há dez anos. Serviço Florestal Brasileiro monitora cada árvore cortada.
Entre minério e Floresta Amazônica
Criada em setembro de 1984, a unidade de conservação Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, nasceu para evitar que a região fosse destruída pela mineração. Estanho e cassiterita eram extraídos do local. A 112 km da capital Porto Velho, a floresta tem uma área de 223 mil hectares e recebeu o nome do rio que, na linguagem indígena, significa águas turvas.
Concessão história
Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, as florestas nacionais se enquadram na categoria de uso sustentável. A do Jamari foi a primeira no país a ser "alugada" para exploração de madeira. Os contratos de concessão foram assinados em 2008, e as atividades começaram dois anos depois. Das três áreas concedidas, duas estão ativas. Uma das empresas abandonou o contrato em 2011.
A cada 25 anos
Na área da Floresta Nacional do Jamari, 60 espécies de árvores de interesse comercial aparecem no inventário florestal das empresas. No entanto, dezenove são atualmente exploradas. As áreas sob concessão são divididas em 25 unidades menores, e apenas uma é explorada por ano. Quando as atividades acabam, a área é deixada intocada por 25 anos para que a regeneração natural ocorra.
Rastro da madeira legal
A gestão dos contratos de concessão é feita pelo Serviço Florestal Brasileiro. O órgão criou um sistema para rastrear toda a madeira que sai da floresta, chamado cadeia de custódia. Quando uma árvore é derrubada, uma plaquinha com um número é fixada no toco. E quando o produto chega ao consumidor, ele consegue rastrear e ver, num mapa, a origem exata da madeira na floresta.
Da floresta para a exportação
O que é extraído da Floresta Nacional do Jamari é trabalhado nas serrarias das concessionárias, em Itapuã do Oeste. Para fiscalizar se as toras estocadas no pátio condizem com o volume de madeira declarado, o Serviço Florestal desenvolveu uma técnica de medição feita com a ajuda de drones. Na serraria, a madeira é cortada de acordo com os pedidos dos clientes – cerca de 70% estão fora do Brasil.
Recuperação das primeiras áreas
Depois da assinatura dos contratos de concessão na Floresta Nacional do Jamari, em 2008, as primeiras árvores foram cortadas em 2010. Oito anos depois, a área de onde foram extraídas cerca de duas mil árvores apresenta boa recuperação vegetal. Na foto, o engenheiro florestal Evandro Muhlbauer, da Madeflona, confere a placa deixada numa das primeiras árvores extraídas.
Apreensão madeira ilegal
A retirada ilegal de madeira ainda é problema na Floresta Nacional do Jamari. Na foto, toras apreendidas se acumulam num antigo campo de futebol dentro da unidade de conservação. Uma recente operação de fiscalização comandada pelo Ibama destruiu dez caminhões e um trator usados nas atividades ilegais. Serrarias em municípios próximos, que recebiam a madeira, também foram fechadas.
Desmatamento em Rondônia
Segundo imagens de satélites captadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado de Rondônia é um dos que mais perderam cobertura vegetal no bioma amazônico. Em 2017, restavam 122 mil km2 de Floresta Amazônica no estado, área concentrada praticamente em unidades de conservação. A análise do Inpe mostra que a agricultura ocupou a maior parte do território da mata nativa.