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"Fake news" e populismo devem dominar Global Media Forum

19 de junho de 2017

Em discurso de abertura da conferência, diretor-geral da DW destaca importância da liberdade de expressão para sociedades democráticas. Evento, que completa dez anos, reunirá em Bonn cerca de 2 mil pessoas de 130 países.

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Brigitte Zypries e Peter Limbourg
Ministra alemã da Economia, Brigitte Zypries (c), ao lado de Limbourg, na abertura do Global Media ForumFoto: DW/K. Danetzki

O Global Media Forum, conferência promovida pela DW e que debate o papel da imprensa na sociedade, foi aberto nesta segunda-feira (19/06) na cidade de Bonn, na Alemanha. O tema do evento em 2017 é "identidade e diversidade", e os debates deverão ser marcados por questões como populismo e fake news (notícias falsas).

Durante o evento será entregue pela DW o prêmio Freedom of Speech, que neste ano destaca a Associação de Correspondentes da Casa Branca. "A liberdade de imprensa sempre deve ser protegida em todo o mundo porque isso é central para o funcionamento de uma sociedade democrática, assim como o respeito aos direitos humanos", afirmou o diretor-geral da DW, Peter Limbourg.

"Dez anos atrás, o primeiro Global Media Forum foi realizado em Bonn. Eram tempos relativamente calmos. Ainda não havia a crise financeira, o colapso sangrento de grande parte do mundo árabe, o afluxo de refugiados para a Europa, a guerra na Ucrânia. O nacionalismo era um fenômeno marginal, Donald Trump tinha um programa de TV, mas nenhuma arma atômica, e somente uma pequena minoria sonhava com o Brexit", afirmou Limbourg na abertura da conferência.

Peter Limbourg
Diretor-geral da DW, Peter Limbourg, discursa na aberturaFoto: DW/K. Danetzki

Hoje reinam tempos turbulentos, com implicações para o trabalho de jornalistas e também para as emissoras internacionais, disse Limbourg. "Há uma ligação direta entre o grau de opressão de governos nacionais e o uso de emissoras internacionais, e as emissoras vistas como confiáveis levam vantagem. Aos déspotas, autocratas e ditadores, eu digo: vocês não poderão reprimir eternamente a liberdade de expressão. Ela é mais forte que vocês. O governante que reprime a liberdade de imprensa vai fracassar mais cedo ou mais tarde."

Já a ministra alemã da Economia, Brigitte Zypries, que também discursou na abertura, afirmou que o jornalismo de qualidade é mais importante do que nunca e isso vale também para as mídias sociais, numa referência à difusão de fake news. Segundo ela, é perigoso para as sociedades democráticas quando os cidadãos se isolam em grupos afins e evitam entrar em contato com opiniões contrárias. "Nossa democracia vive do enfrentamento de opiniões diferentes."

Em seu discurso de abertura, Limbourg também aludiu à revolução tecnológica: há dez anos foi criado não somente o Global Media Forum, mas também o iPhone, que revolucionou o uso cotidiano da mídia. O diretor-geral da DW afirmou que, para serem bem-sucedidas, as empresas de comunicação precisam compreender as redes sociais como um meio independente de comunicação. Mas as mudanças não são apenas técnicas, assinalou. Segundo Limbourg, a imprensa deve saber reconhecer erros e reagir a críticas, além de difundir também relatos positivos sobre iniciativas que deram certo.

Cerca de 2 mil pessoas de 130 países deverão participar do Global Media Forum. Elas poderão optar entre cerca de 40 eventos, incluindo desde pequenos workshops até painéis com especialistas.

CA/dw