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Ex-assessor de Trump diz ter planejado golpes no exterior

13 de julho de 2022

John Bolton não especificou em quais casos estaria envolvido. Ex-assessor americano também trabalhou no governo Reagan e nas administrações do clã Bush.

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Foto de John Bolton
John Bolton ocupou vários cargos em governo republicanosFoto: Mandel Ngan/AFP

John Bolton, ex-assessor de segurança nacional do ex-presidente americano Donald Trump, se gabou nesta terça-feira (12/07) em uma entrevista à rede CNN de ter ajudado a planejar golpes em outros países e descartou a ideia de que o ataque ao Capitólio tenha sido o equivalente a um golpe.

Bolton fez estas declarações ao falar sobre a invasão à sede do Congresso americano, em janeiro de 2021,incidente que está sendo investigado por um comitê do Congresso.

Durante a conversa, o jornalista Jake Tapper disse que "não é preciso ser brilhante para tentar um golpe", e o ex-assessor respondeu:

"Discordo. Como alguém que ajudou a planejar golpes, não aqui, mas em outros países, dá muito trabalho, e não foi o que [Trump] fez".

Bolton enfatizou que "é um erro" dizer que o ataque ao Capitólio "foi um golpe cuidadosamente planejado".

"Não é assim que Trump fez as coisas. Ele foi de uma ideia para outra, um plano falha e outro surge", disse.

Desta forma, para ele, não se tratou de "um ataque à nossa democracia".

"É Donald Trump cuidando de Donald Trump. É uma coisa que acontece uma vez na vida", disse Bolton.

"No final, ele soltou os vândalos no Capitólio, não há dúvida disso. Mas não para derrubar a Constituição, mas para ganhar tempo", acrescentou o ex-assessor.

Tentativa de golpe na Venezuela

Bolton se recusou a comentar "casos específicos" nos quais teria ajudado no exterior. Mencionou apenas o malsucedido golpe na Venezuela, em 2019, contra o presidente, Nicolás Maduro, quando vários países reconheceram Juan Guaidó como presidente interino. Ele porém, esclareceu que os Estados Unidos "não tiveram muito a ver com isso”.

Sobre esse episódio, Bolton disse que "a oposição tentou derrubar um presidente ilegítimo [Nicolás Maduro] e falhou".

O ex-assessor também considerou "risível" acreditar que Trump, com quem terminou brigado, não tem "nem metade da competência da oposição venezuelana" para organizar um golpe.

Os comentários de Bolton sobre os distúrbios de 6 de janeiro de 2021 ocorrem no momento em que um comitê do Congresso dos EUA trabalha para determinar se Trump e seus aliados desempenharam algum papel no planejamento e no fomento da violenta insurreição que deixou pelo menos cinco mortos e 140 policiais feridos.

Quem é John Bolton

John Bolton atuou como assessor de Segurança Nacional da Casa Branca de 2017 até ser demitido por Trump, em 2020, por desacordos sobre a política em relação à Venezuela.  Ele é conhecido também pelas suas posições duras contra o Irã, o Afeganistão e a Coreia do Norte e foi um dos arquitetos da invasão do Iraque em 2003.

Além disso, ocupou vários cargos em governo republicanos, como nos mandatos de Ronald Reagan, George H. W. Bush, George W. Bush e do próprio Trump, além de ser o representante permanente dos Estados Unidos nas Nações Unidas entre 2005 e 2006.

le (EFE, Lusa, EP, AFP)