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Eslováquia quer vender ou doar doses da Sputnik V

23 de junho de 2021

Devido à baixa procura pela população, governo quer se desfazer de 160 mil doses da vacina russa, pivô da queda de premiê que autorizou a compra.

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Igor Matovic
Matovic (d), ao lado de seu então ministro da Saúde, recepciona lote da Sputnik VFoto: Frantisek Ivan/AP Photo/picture alliance

A Eslováquia anunciou nesta quarta-feira (23/06) que quer vender ou doar 160 mil doses da vacina russa Sputnik V por causa da baixa procura pela população.

O destino dos imunizantes russos deverão ser países que já mostraram interesse, como Albânia, Bósnia, Montenegro, Macedônia do Norte e Argentina, acrescentou o governo eslovaco.

A Eslováquia, que é membro da União Europeia (UE), usa a Sputnik V apesar de ainda não haver uma autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

O governo do país comprou 200 mil doses, que vencem neste verão europeu (inverno no Brasil).

O interesse da população foi pequeno. Até agora, segundo as autoridades, apenas 14.214 pessoas se inscreveram para receber a vacina russa, e 8.004 foram vacinadas.

Cerca de 3,4 milhões de eslovacos, de uma população de 5,4 milhões, já recebeu ao menos uma dose de uma vacina contra a covid-19, e 1,4 milhão recebeu duas. As demais vacinas em uso no país são as da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca e, em breve, da Johnson & Johnson.

Queda do governo

A Sputnik V foi autorizada na Eslováquia em 26 de maio para pessoas entre 18 e 60 anos e começou a ser aplicada há duas semanas, no dia 7 de junho. A Eslováquia foi o segundo país da UE a fazê-lo, depois da Hungria.

A decisão de usar a vacina russa foi um fator fundamental na queda do governo do então primeiro-ministro Igor Matovic, em março. Ele teve de deixar o cargo devido à pressão de três dos quatro parceiros da coalizão de governo.

Matovic fechou um acordo com a Rússia para comprar 2 milhões de doses sem consultar os parceiros de coalizão, que são contra o uso de uma vacina não autorizada pela EMA.

Os partidos voltaram a se acertar, com um novo premiê, e a Sputnik V acabou liberada para uso apenas para pessoas que optassem por ela.

Apesar de defender o uso da vacina, Matovic, que continuou no governo como ministro das Finanças, não se vacinou com a Sputnik V. Ele argumentou que viaja muito e nem todos os países reconhecem a vacina russa.

O ministro da Saúde, Vladimir Lengvarsky, também disse que não vai se vacinar com a Sputnik V, no dia em que anunciou a liberação da vacina.

as (DPA, AFP, AP, Reuters)