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SociedadeÍndia

Corpos de vítimas de covid-19 flutuam no rio Ganges

12 de maio de 2021

Dezenas de corpos apareceram às margens do rio Ganges, e suspeita-se que sejam de vítimas da covid-19. Custos de funerais aumentam na Índia, e famílias enfrentam escassez de lenha para realizar a cremação tradicional hindu.

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Dezenas de corpos apareceram às margens do rio Ganges, na Índia, e suspeita-se que sejam de mortos pela covid-19. Os custos do tratamento de pacientes com covid-19 em hospitais privados, somados à escassez de lenha para as cremações tradicionais hindus
e os custos crescentes de funerais, estão obrigando algumas famílias a colocar os corpos de vítimas da covid-19 diretamente no rio. Atualmente, quase 4 mil indianos morrem diariamente de coronavírus no país, e alguns crematórios dizem estar sobrecarregados.

"A informação compartilhada com a administração foi que, devido à falta de madeira [os hindus cremam seus mortos em piras de madeira], os mortos estão sendo sepultados na água [do rio]. Corpos de cerca de 12 ou 13 vilas foram sepultados na água", afirmou Surinder, um morador de Ghazipur.

Alguns corpos já estavam no rio por até dois dias, e os moradores só perceberam por causa do mau cheiro. Médicos se preocupam com uma possível infecção por coronavírus por causa da água contaminada.

"Essas situações são muito perigosas. Ouvimos dizer que o coronavírus se espalhou de um andar para outro através da cisterna em edifícios de vários andares, e isso está documentado. Embora não haja pesquisa global sobre como o vírus pode se espalhar por corpos de mortos na água, acredito fortemente que a água está poluída agora", contou o médico Moshin Wali.

"Não vale mais a pena bebê-la e, quando esses corpos apodrecerem, será ainda mais perigoso. A administração deve tomar conhecimento desses corpos o mais rápido possível e cremá-los imediatamente onde quer que tenham sido achados", acrescentou.

Atualmente, a Índia é responsável por uma em cada três mortes por covid-19 no mundo. O sistema de saúde indiano está sobrecarregado, apesar dos cilindros de oxigênio e outros equipamentos médicos enviados por outros países. Mesmo na capital, Nova Délhi, corpos estão sendo abandonados por parentes após a cremação. Assim, voluntários têm que lavar as cinzas, rezar sobre elas e dispersá-las no rio na cidade sagrada de Haridwar, a 180 quilômetros de distância.