Macedônia do Norte terá segundo turno
22 de abril de 2019Os candidatos da direita e da esquerda às eleições presidenciais da República da Macedônia do Norte vão enfrentar-se em um segundo turno, em 05 de maio, depois que a primeira rodada de votação neste domingo (21/04) acabou praticamente em um empate.
Segundo a comissão eleitoral do país, a participação no pleito de domingo foi baixa. Votaram pouco menos de 1,8 milhões de eleitores - 41% dos cidadãos inscritos para votar. É a taxa mais baixa desde a independência da ex-república iugoslava, em 1991.
Com quase todas as urnas apuradas, os dois principais candidatos, o social-democrata Stevo Pendarovski, de 56 anos, e a candidata de oposição da direita Gordana Siljanovska-Davkova, de 62 anos, obtiveram votações muito próximas (44,79% e 44,15%, respetivamente).
No entanto, não é certo que qualquer um deles seja eleito no segundo turno, já que é necessário que a taxa de participação ultrapasse os 40% para que o escrutínio seja validado. Caso o comparecimento não ultrapasse essa marca, a eleição corre o risco de ser anulada.
A nova designação do país, que acrescentou "do Norte" ao seu nome oficial recentemente, foi o tema central das eleições presidenciais.
Em 2018, a Macedónia do Norte e a Grécia alcançaram um acordo em 2018 para terminar com quase três décadas de disputas em torno do nome Macedônia. Os gregos acusavam seus vizinhos do norte de se apropriarem do nome e manifestarem intenções expansionistas, já que a Grécia tem uma província com o mesmo nome.
O novo presidente eleito, que vai assumir um cargo essencialmente protocolar (o controle do governo cabe ao primeiro-ministro), será o quinto desde a proclamação da independência do país 1991, que ocorreu na esteira da desagregação da antiga Iugoslávia.
O primeiro chefe de Estado do país foi Kiro Gligorov (1991-1999). Ele foi seguido por Boris Trajkovski (1999-2004), Branko Crvenkovski (2004-2009) e o atual titular, Gjorge Ivanov.
Os resultados devem constituir uma indicação sobre a disposição política da população na sequência do Acordo de Prespes, que selou a alteração do nome do país, mas que ainda continua a ser contestado na Grécia e na Macedônia do Norte.
O atual presidente foi o principal opositor deste acordo, tendo-se inclusive se negado a assiná-lo. Ivanov também já tinha adotado uma posição idêntica quando lhe foi apresentado uma lei para instituir o albanês como segunda língua oficial do país. Por fim, o acordo com os gregos acabou por ser legitimado pelos parlamentos dos dois países.
JPS/lusa/ots
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