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Eleição no Afeganistão é marcada por dezenas de mortes

20 de outubro de 2018

Com três anos de atraso devido a falta de segurança e dificuldades financeiras, pleito parlamentar afegão é realizado sob proteção de 70 mil militares e policiais. Resultados deverão ser anunciados apenas em novembro.

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Afegã com burca vota no Afeganistão
Alguns locais de votação vão abrir domingo para eleições afegãsFoto: DW/S. Tanha

As eleições deste sábado (20/10) no Afeganistão deixaram ao menos 67 mortos – 27 civis, nove militares e 31 insurgentes – e 126 feridos em 193 ataques cometidos em todo o país pelos talibãs, que tinham feito ameaças ao pleito parlamentar que acontece com três anos de atraso.

Os 193 ataques contra as forças de segurança afegãs e em colégios eleitorais começaram logo na abertura dos centros de votação, às 7h (hora local), e se estenderam até o fechamento, às 18h (hora local), afirmou em entrevista coletiva em Cabul o vice-ministro do Interior, Akhtar Mohammad Ibrahimi.

Alguns locais de votação, no entanto, não puderam abrir na hora prevista. Para essas 401 seções que não puderam funcionar antes das 13h (hora local), a votação vai ser prorrogada até domingo. Por medo de novo derramamento de sangue, o governo afegão vai continuar a disponibilizar maciço aparato de segurança.

As ações terroristas contra as eleições afegãs incluíram um atentado suicida em Cabul, 76 ataques contra seções eleitorais e 12 explosões perto de centros eleitorais "para aterrorizar eleitores".

Como resultado, 27 civis morreram e 100 ficaram feridos. Além disso, ao menos nove membros das forças de segurança faleceram e outros 25 ficaram feridos. Os talibãs sofreram 31 baixas e 18 foram detidos.

De acordo com o vice-ministro de Interior, esses ataques são quase a metade dos que aconteceram em 2014 durante as eleições presidenciais.

Por sua vez, na mesma entrevista coletiva, Haroon Chakhansori, porta-voz do palácio presidencial, afirmou que o pleito foi um "sucesso" para o Afeganistão e uma "derrota" para os terroristas.

Para garantir a segurança, o governo disponibilizou 70 mil soldados e policiais em todo o país, conforme informou o Ministério de Interior mais cedo. O número representa um aumento de 16 mil militares em relação ao anunciado.

Os talibãs lembraram que "os centros eleitorais do inimigo em todo o país estão sob ataque" dos insurgentes e pediram para que a população não participasse deste "processo" falso, conforme um comunicado divulgado pelo porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid.

Ao término da votação, Qari Yousuf Ahmadi, outro porta-voz talibã, informou em outro comunicado que 400 ataques foram feitos neste sábado, nos quais "dezenas de soldados e policiais morreram e ficaram feridos". "As eleições fracassaram", declarou.

Previstas inicialmente para 2015, mas adiadas devido à falta de segurança, instabilidade política e problemas financeiros, as eleições são vistas como uma prova de fogo para a frágil democracia afegã e como um teste antes do pleito presidencial marcado para abril do ano que vem.

Os resultados das atuais eleições parlamentares deverão ser anunciados somente em novembro.

CA/efe/dpa

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