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Economia alemã registra alta de 1,9% em 2022

13 de janeiro de 2023

Apesar da disparada da inflação e da crise energética devido à guerra na Ucrânia, Alemanha consegue, por ora, evitar a recessão. Consumo privado foi principal fator de crescimento.

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Pessoas andam diante de um shopping center na Alemanha
Consumo privado dos alemães foi principal propulsor do crescimentoFoto: Stefan Zeitz/Xinhua/picture alliance

A economia alemã desacelerou em 2022, mas conseguiu crescer 1,9%, apesar da crise energética e da guerra na Ucrânia, segundo dados preliminares sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta sexta-feira (13/01).

"A economia alemã está se recuperando, apesar de um contexto difícil", informou o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis).

Segundo uma primeira estimativa, o crescimento "estagnou" ao longo dos últimos três meses do ano, evitando momentaneamente que a maior economia da zona do euro entre na tão temida recessão.

No final do ano passado, o governo alemão esperava crescimento de apenas 1,4% em 2022, com queda do PIB no quarto trimestre, após crescimento de 2,6% em 2021.

Consumo privado impulsionou crescimento

O fator consumo privado – ou seja, os gastos das famílias para a aquisição de bens ou serviços – foi no ano passado "o principal pilar" do crescimento, segundo o Destatis, assumindo a posição normalmente ocupada pela indústria, que atualmente enfrenta dificuldades.

O consumo privado aumentou 4,6% face ao ano anterior, quase recuperando o nível anterior à pandemia de coronavírus.

A indústria, tradicionalmente o motor da economia alemã, enfrentou desaquecimento até ao início de 2022 devido à persistente escassez de componentes.

A crise energética decorrente da guerra na Ucrânia abalou o modelo econômico alemão, que era baseado na importação massiva de gás barato da Rússia. A guerra acabou com os suprimentos russos e fez com que os preços disparassem na Europa durante grande parte do ano.

A inflação disparou, assim como os custos da produção industrial, motor do crescimento alemão, alimentando temores de uma grande crise econômica no país.

Economia resiliente

"A economia alemã tem sido mais resiliente do que o esperado", avalia Jan-Christopher Scherer, especialista do instituto econômico DIW, acrescentando que as indústrias "têm sido criativas" na economia de gás.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas (Ifo), com sede em Munique, três quartos das indústrias que utilizam gás reduziram o consumo sem limitar a produção. Os preços da energia, especialmente do gás, caíram nos últimos meses graças a um inverno ameno na Europa e aos esforços de Berlim para aumentar a oferta de gás liquefeito.

Em dezembro passado, o Ifo afirmou que a recessão prevista para a economia da Alemanha em 2023 deverá ser mais branda do que a estimada anteriormente.

A Alemanha também investiu generosamente no apoio às famílias para manter a dinâmica de consumo iniciada no início do ano com o fim das restrições devido à pandemia de coronavírus.

Do lado da oferta, a melhoria gradual na cadeia de abastecimento nos mercados mundiais aliviou a indústria de exportação. "Esses efeitos positivos compensaram parcialmente as consequências da guerra e dos altos preços da energia", diz Carsten Brzeski, analista do banco ING.

De acordo com as previsões dos institutos econômicos, a Alemanha deve ter uma recuperação a partir do segundo trimestre de 2023.

md (AFP, DPA)