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Entrevista

14 de agosto de 2009

Eles são considerados os reis da cena underground em Buenos Aires. Em entrevista à Deutsche Welle, dupla Mariano Caloso e Diego Irasusta fala de sua primeira turnê europeia e da participação no festival "c/o pop".

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Dupla argentina toca em várias cidades europeiasFoto: c/o pop

Nesta semana, o duo argentino DJs Pareja iniciou, na Alemanha, sua primeira turnê pela Europa. Com o selo Cómeme, que representa sobretudo artistas latino-americanos, eles tocaram no festival de música e cultura pop "c/o pop", em Colônia.

Em entrevista à Deutsche Welle, a dupla Mariano Caloso e Diego Irasusta falou, entre outros temas, sobre a influência da internet na sua produção musical, o futuro da indústria fonográfica, a importância de tocar no festival "c/o pop" e sobre seu novo disco para o selo Cómeme, considerado um dos mais inovadores da música eletrônica atual pela imprensa europeia especializada.

Deutsche Welle: Que tipo de música fazem os DJs Pareja?

Djs Pareja: Na realidade, nós não gostamos de falar em estilos e, em Buenos Aires, somos conhecidos por sermos ecléticos, mas poderíamos dizer que fazemos uma mescla entre house e um som "comemoso" [referente ao selo Cómeme].

Vocês acham que a música que fazem é underground?

Sim. Desde o início tivemos afinidade com o underground em geral.

Para vocês, o fato de vir da América do Sul tem influência sobre a música que fazem?

Nossas influências vêm de todas as partes do mundo, mas acreditamos que, só pelo fato de viver na Argentina e respirar aquele ar, nosso trabalho é influenciado, de alguma maneira, pelo espírito latino-americano e sua forma de ver e fazer música.

Para divulgar o seu trabalho, vocês usam sites da rede social da internet como MySpace e Facebook, mas também Youtube e blogs. Qual a importância da internet para música que fazem?

Muito importante, como o é para qualquer artista que queira se sentir parte do presente e também porque é na internet que está a cultura jovem do momento que vivemos.

Zwei DJs aus Buenos Aires Flash-Galerie
Ares de Buenos Aires influenciaram música dos DJs ParejaFoto: Djs Pareja

Como veem o futuro da indústria fonográfica?

É possível que, a longo prazo, deixe de existir não só o disco, fisicamente, mas também a ideia do "álbum" como obra, como um conceito definido pelo artista – tanto em seu som, como na arte da capa, por exemplo. Em geral, agora as pessoas estão consumindo canções separadamente.

De qualquer maneira, os artistas ainda têm que lançar um disco físico para serem levados em consideração, tanto pela imprensa quanto pelo público. Acima de tudo, a música nunca irá acabar. O importante é que haja cada vez mais gente fazendo música – e haverá.

Após cinco anos do lançamento do seu primeiro álbum, vocês lançam agora um novo disco chamado Marcha. O que há de novo neste álbum?

Marcha é diferente do álbum Versátil?, nosso primeiro disco. É pós-discoteca. Ele se orienta mais pela canção tecnopop e pelas melodias, com mais sintetizadores, menos sampling e uma ênfase menor na parte rítmica, em comparação com o anterior. Mas sem perder o pulso dançante. Sentimos que é ao mesmo tempo romântico e áspero. Tanto no som como nas letras.

Em entrevista, vocês afirmaram que a club music e a música eletrônica da primeira metade desta década foram marcadas pela música feita na Alemanha e pelo minimal. A Alemanha ainda é importante na cena eletrônica?

Sim, totalmente. Sempre vai ser importante.

O que significa para vocês tocar no c/o pop?

Significa muitíssimo, já que consideramos esse festival extremamente importante em nível mundial. E, além do mais, estamos contentes de compartilhá-lo com nossos amigos do selo Cómeme, apresentando este novo projeto. E também porque, para nós, tocar em Colônia é o máximo, já que essa cidade e seus sons nos influenciaram muito nos nossos primórdios como DJs. Fomos um dos primeiros a pôr o "som de Colônia" nas discotecas de Buenos Aires.

Vocês irão tocar em outras cidades da Europa?

Além de Colônia, vamos tocar em Hamburgo, Düsseldorf, Berlim, Lisboa e, possivelmente, em Londres. É a nossa primeira turnê na Europa e, naturalmente, estamos muito contentes.

Autor: Carlos Albuquerque

Revisão: Simone Lopes