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Dezenas morrem em ataque a estação de trem, diz Ucrânia

8 de abril de 2022

Autoridades ucranianas afirmam que mísseis russos deixaram ao menos 50 mortos, entre eles cinco crianças, em estação lotada de civis tentando escapar das tropas de Moscou. Zelenski fala em "maldade sem limites".

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Destruição na estação de Kramatorsk
Destruição na estação de KramatorskFoto: FADEL SENNA/AFP/Getty Images

Ao menos 50 pessoas morreram, entre elas cinco crianças, e dezenas ficaram feridas após dois mísseis atingirem uma estação de trem lotada na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, na manhã desta sexta-feira (08/04), afirmaram autoridades do país, em meio à tentativa de civis de deixar a região de Donbass e escapar das tropas russas.

Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, disse que milhares de pessoas estavam na estação no momento do ataque e que muitos dos feridos estão em estado grave. Segundo ele, 12 pessoas morreram na hora e 38 chegaram a ser socorridas com vida, mas morreram no hospital devido aos ferimentos. 

"Eles queriam semear o pânico e o medo, queriam atingir o maior número possível de civis", afirmou. Kyrylenko publicou uma fotografia mostrando vários corpos no chão ao lado de pilhas de malas e outras bagagens.

Jornalistas da AFP que se encontram na cidade também afirmaram ter visto os corpos de ao menos 20 pessoas cobertos com plástico nas imediações da estação.

Corpos cobertos com plástico ao lado da estação ferroviária de Kramatorsk
Corpos cobertos com plástico ao lado da estação ferroviária de KramatorskFoto: Hervé Bar/AFP/Getty Images

Fragmentos de um míssil com as palavras "para nossas crianças" em russo foi avistado ao lado do prédio principal.

Fragmento de míssil com as palavras "para nossas crianças"
Fragmento de míssil com as palavras "para nossas crianças"Foto: Hervé Bar/AFP/Getty Images

A estação de Kramatorsk era um ponto-chave para a evacuação de milhares de pessoas que tentavam fugir antes de uma esperada intensificação da ofensiva russa na região.

"Maldade sem limites"

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou que o ataque à estação de trem evidencia "maldade sem limites".

Falando ao parlamento finlandês, Zelenski disse que não havia tropas ucranianas no local na hora do ataque. "As forças russas atingiram a estação de trem em Kramatorsk, (disparando) em uma estação de trem comum, em pessoas comuns, não havia soldados lá", ressaltou.

O ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou a Rússia de “massacre deliberado” de dezenas de civis. "Os russos sabiam que a estação de trem em Kramatorsk estava cheia de civis esperando para serem evacuados. No entanto, eles a atacaram com um míssil balístico, matando pelo menos 30 e ferindo pelo menos cem pessoas. Este foi um massacre deliberado. Levaremos cada criminoso de guerra à justiça", escreveu o ministro no Twitter.

O ataque ocorreu no momento em que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o chefe de polícia externa da União Europeia, Josep Borrell, se dirigem a Kiev para manifestar solidariedade ao país.

"Eu condeno fortemente o ataque indiscriminado da Rússia nesta manhã", tuitou Borrell.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou a Rússia de um ataque "horripilante", afirmando que Moscou está interrompendo uma rota de fuga para civis.

"É horripilante ver a Rússia atacar uma das principais estações usadas por civis fugindo da região onde a Rússia está intensificando seu ataque", afirmou Michel no Twitter.

Tropas russas na Ucrânia

Rússia nega e fala em provocação

O Ministério da Defesa russo negou o ataque. "Todas as afirmações feitas por representantes do regime nacionalista de Kiev sobre um 'ataque com foguete' alegadamente conduzido pela Rússia em 8 de abril numa estação ferroviária na cidade de Kramatorsk são uma provocação e absolutamente falsas", afirmou em comunicado.

"Enfatizamos que fragmentos de mísseis táticos Tochka-U encontrados perto da estação de trem de Kramatorsk e divulgados por testemunhas são usados somente pelas Forças Armadas da Ucrânia", alegou.

lf (AFP, AP, Reuters, ots)