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Desemprego atinge recorde de 14,4 milhões de pessoas

30 de abril de 2021

População desalentada, que não trabalha e desistiu de procurar emprego, também bate recorde e chega a 6 milhões. Número de pessoas trabalhando é 7,8 milhões menor do que há um ano.

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Mulheres trabalhando em fabrica de costura
População ocupada no período foi de 85,9 milhões de pessoas, 8,3% menor do que o mesmo trimestre do ano anteriorFoto: Arquivo/Agência Brasil/W. Dias

O Brasil registrou no trimestre móvel de dezembro a fevereiro uma população desempregada de 14,4 milhões de pessoas, o maior número desde 2012, quando começa a série histórica. São 2,1 milhões de desempregados a mais do que no mesmo trimestre do ano anterior, quando a pandemia de covid-19 ainda não havia provocado efeitos na economia.

Pessoas desempregadas são aquelas em idade para trabalhar que não estão trabalhando, apesar de estarem disponíveis e terem procurado um trabalho nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa.

A taxa de desemprego, que mede a parcela das pessoas na força de trabalho que estão desempregadas, chegou a 14,4% no trimestre de dezembro a fevereiro. É a segunda maior da série, superada apenas pelo trimestre de julho a setembro de 2020, quando foi de 14,6%.

Comparado com o trimestre móvel anterior, de novembro a janeiro, o número de desempregados no trimestre encerrado em fevereiro cresceu em 151 mil e a taxa de desemprego aumentou 0,2 ponto percentual.

A população desalentada, que reúne os que não estão empregados mas desistiram de procurar por trabalho, também foi o recorde da série histórica, com 6 milhões de pessoas nessa situação, 26,8% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

O dados foram apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgados nesta sexta-feira (30/04).

7,8 milhões a menos de trabalhadores

A população ocupada no trimestre móvel de dezembro a fevereiro foi de 85,9 milhões de pessoas, 8,3% menor do que o mesmo trimestre do ano anterior. Em um ano, o número de pessoas trabalhando foi reduzido em 7,8 milhões.

Já o número de pessoas empregadas com carteira de trabalho no setor privado, sem considerar trabalhadores domésticos, foi de 29,7 milhões de pessoas no último trimestre móvel, queda de 11,7% em relação ao mesmo período de 2020, ou 3,9 milhões de pessoas.

O número de trabalhadores por contra própria chegou a 23,7 milhões, 3,1% a mais do que o trimestre anterior, o que indica pessoas que perderam empregos buscando alternativas como empreendedores individuais, muitas vezes em condições precárias. Mesmo assim, esse grupo é 3,4% menor do que há um ano.

Renda total caiu em um ano

Em geral, o número de desempregados registra aumentos sazonais no início de todos os anos, devido à dispensa de pessoas que são contratadas para trabalhos temporários no final do ano anterior.

Neste ano, porém, a piora da pandemia no início do ano e a interrupção do auxílio emergencial, que servia de estímulo à economia, podem ter contribuído para uma alta maior.

O rendimento real habitual, que mostra quanto as pessoas ocupadas receberam por mês em média, foi de R$ 2.520 no trimestre de dezembro a fevereiro, 2,5% menor do que no trimestre móvel anterior e estável em relação ao mesmo trimestre de 2020.

A massa de rendimento real habitual, que soma todos os rendimentos das pessoas ocupadas, somou R$ 211,2 bilhões, estável ante o trimestre anterior e 7,4% menor do que o mesmo trimestre do ano anterior.

bl (ots)