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Cuba suspende limites para trazer comida e remédio em voos

15 de julho de 2021

Medida excepcional vale até fim do ano e é tentativa de acalmar manifestantes que saíram às ruas para protestar contra o governo. Díaz-Canel promete julgamentos justos a detidos.

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Protesto em Havana
Manifestante é detido por policiais em Havana, no dia 11 de julhoFoto: Ramon Espinosa/AP/picture alliance

O governo de Cuba anunciou nesta quarta-feira (14/07) um pacote de medidas para tentar acalmar manifestantes que protestam desde domingo.

Entre as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro Manuel Marrero está a livre importação de alimentos, produtos de higiene e medicamentos a partir da próxima segunda-feira e até o fim do ano.

Marrero destacou que se trata da "importação por meio do passageiro, ou seja, da bagagem de viagem" em voos internacionais.

A falta de comida e remédios é uma das principais reclamações dos manifestantes nos protestos que ocorreram em várias cidades do país. Ao menos uma pessoa morreu em confrontos com as forças de segurança.

Boletim de Notícias (15/07/21)

A partir de segunda-feira, todas as restrições serão eliminadas nos pontos de entrada em Cuba, exceto nos aeroportos de Cayo Coco e Varadero, disse o primeiro-ministro.

O efeito da medida deverá ser limitado, pelo menos no curto prazo, já que, devido à pandemia de covid-19, há poucos voos internacionais para Cuba.

Como o número de voos para Cuba foi drasticamente reduzido, houve forte impacto em relação aos itens trazidos do exterior por viajantes que, em muitos casos, os comercializavam no mercado negro.

A produção de alimentos em Cuba é insuficiente para os 11,2 milhões de habitantes, e o país importa cerca de 80% do que consome. As importações estão sendo dificultadas pela crise econômica e pela pandemia de covid-19.

Julgamentos justos

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, prometeu nesta quarta-feira que as pessoas presas nos protestos contra o governo no último domingo serão processadas sem abusos e com a correta aplicação da lei.

Em discurso na emissora de televisão estatal, o chefe de Estado afirmou que nas manifestações foram cometidos atos que violam a Constituição e justificaram a ação policial, mas admitiu ser necessário pedir desculpas àqueles que no meio da confusão foram "maltratados injustamente".

Os protestos deixaram vários detidos, dos quais não há números oficiais. Organizações internacionais afirmam que mais de 150 pessoas foram presas ou estão desaparecidas.

Também circularam vídeos na internet mostrando cenas de violência policial e parapolicial.

Mais uma vez, o líder atribuiu os problemas de escassez de alimentos e medicamentos ao embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba.

"O bloqueio excede tudo o que queremos fazer e às vezes causa sentimentos de insatisfação e prejudica a esperança e as aspirações de nosso povo", disse Díaz-Canel, em pronunciamento ao lado do primeiro-ministro e do ministro da Economia, Alejandro Gil.

as (Efe, AFP)