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Nervosismo na Alemanha

Agências (as)15 de setembro de 2008

Em dia tumultuado devido à crise nos EUA, Bolsa de Frankfurt fecha em queda de 2,7%. BCE e Banco da Inglaterra injetam dinheiro no mercado financeiro europeu. Para governo alemão, situação é suportável.

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Índice DAX fica temporariamente abaixo da marca de 6.000 pontos com a crise nos EUAFoto: AP

A quebra do quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, e a incorporação do terceiro maior, o Merrill Lynch, pelo Bank of America trouxeram nervosismo à economia alemã nesta segunda-feira (15/09). O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, caiu mais de 4% durante a manhã e ficou abaixo dos 6.000 pontos – o nível mais baixo desde outubro de 2006. Ao longo do dia, o índice se recuperou e fechou em queda de 2,7%, em 6.064 pontos.

Como medida para acalmar o mercado, o Banco Central Europeu (BCE) injetou 30 bilhões de euros no sistema bancário da União Européia. Segundo a autoridade monetária, a chamada operação de refinanciamento rápido teve a participação de 51 bancos comerciais. O dinheiro deverá ser devolvido nesta terça-feira. A taxa de juros média foi de 4,39%.

Em comunicado, o BCE afirmou que observa de perto as condições do mercado europeu e está pronto para garantir seu perfeito funcionamento. O Banco da Inglaterra também colocou dinheiro extra no mercado financeiro – ao todo, 5 bilhões de libras para os bancos britânicos.

Analistas não vêem riscos

Mas especialistas alertaram para temores exagerados no mercado alemão. É unânime a análise de que uma quebra nos moldes da verificada nos Estados Unidos não acontecerá na Alemanha. "Não são esperadas quebras na Alemanha", disse o professor da Universidade de Darmstadt Dirk Schiereck.

Jahresrückblick 2008 International September USA Wirtschaft Lehman Brothers Hauptgebäude in New York
Sede do banco Lehman Brothers em Nova IorqueFoto: AP

Para Martin Faust, professor da Frankfurt School of Finance and Management, as instituições européias – incluindo o Deutsche Bank – irão se fortalecer com a crise. Na avaliação dele, as cartas estão sendo novamente embaralhadas. "Os bancos norte-americanos terão um papel menos importante no mundo daqui para frente", prevê.

Outro efeito da crise americana será a consolidação da atual tendência de fusões de instituições bancárias alemãs. "O número de fusões irá aumentar", afirmou Schiereck. Nas últimas duas semanas, o Commerzbank comprou o Dresdner Bank e o Deutsche Bank adquiriu quase 30% das ações do Postbank.

Governo alemão: crise suportável

Em nota conjunta, o Ministério alemão das Finanças, o Bundesbank e a Bafin (autoridade de supervisão financeira alemã) afirmaram que as conseqüências da atual crise no mercado alemão são suportáveis e que permanecem em contato com os principais bancos da Alemanha bem como com as autoridades financeiras internacionais.

O Ministério alemão das Finanças disse não ver no momento riscos de que a crise bancária dos EUA tenha reflexos graves na economia alemã. Segundo um porta-voz, trata-se de uma crise eminentemente norte-americana e as instituições alemãs não estão envolvidas nela no mesmo nível dos bancos anglo-saxões.

Ainda assim, a crise não está superada, afirmou o porta-voz, e futuras conseqüências para a economia alemã não podem ser descartadas.