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Criador do ChatGPT defende regulamentação da IA

17 de maio de 2023

No Congresso dos EUA, CEO da OpenAI diz ser fundamental limitar riscos associados a tais tecnologias e propõe criação de agência global para controlar sistemas mais poderosos, que devem observar valores democráticos.

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Dedo acima de ícone do ChatGPT
Compreendemos que as pessoas ficam ansiosas em relação a como a IA deverá mudar o modo como vivemos", disse o findador do ChatGPTFoto: David Talukdar/imageBROKER/picture alliance

O CEO e cofundador da empresa criadora do ChatGPT, a OpenAI, pediu nesta terça-feira (16/05) ao Congresso americano a regulamentação do uso da inteligência artificial (IA), que afirmou ser fundamental para limitar os riscos associados a essas tecnologias.

"Conforme avançam essas tecnologias, compreendemos que as pessoas ficam ansiosas em relação a como isso deverá mudar o modo como vivemos. Nós também", afirmou Sam Altman, em audiência no Subcomitê Judicial sobre Privacidade, Tecnologia e Direitos do Senado dos EUA.

"Acreditamos que uma intervenção regulatória dos governos será crucial para mitigar os riscos dos modelos [de IA] mais poderosos", disse o empresário de 38 anos. Ele avalia como fundamental que os sistemas de IA sejam desenvolvidos com valores democráticos, e que "a liderança dos Estados Unidos é determinante" para que isso seja possível.

O presidente da Comissão, o senador democrata Richard Blumenthal, abriu a sessão com uma declaração sobre os perigos da IA feita através do ChatGPT, que clonou discursos feitos anteriormente pelo próprio senador sobre o tema. "Se estivessem escutando em casa, poderiam pensar que essa era a minha voz, e minhas palavras, mas na verdade, não era."

Ainda não há sinais de que o Congresso americano planeje avançar novas legislações para regular a inteligência artificial, da maneira como vem sendo feito na Europa. Divisões políticas em Washington impedem há anos tentativas de regulamentação da internet.

As preocupações com os efeitos da IA na sociedade levaram Altman e outros CEOs de empresas de tecnologia à Casa Branca no início do mês para explicar o fenômeno, e fizeram com que as agências de segurança dos EUA prometessem agir contra produtos que possam violar os direitos civis e as leis de proteção ao consumidor.

Exemplo da UE

O lançamento em novembro do ChatGPT, uma ferramenta capaz de gerar conteúdos semelhantes aos criados por seres humanos, fez com que governos em todo o mundo passassem a ser pressionados para adotar medidas de controle.

Aos senadores, Altman propôs a criação de uma agência americana ou global que teria o poder de conceder licenças aos sistemas de IA mais poderosos, com autoridade para removê-las e "assegurar a conformidade com os padrões de segurança".

Ele recomendou maior coordenação global no estabelecimento de regras referentes à tecnologia. "Acho que os EUA devem liderar e fazer tudo isso primeiro, mas para que haja eficiência, precisamos fazer algo em nível global", afirmou.

O senador Blumenthal destacou que a União Europeia (UE) já obteve avanços consideráveis com sua legislação sobre a inteligência artificial, que deve ser votada no próximo mês pelo Parlamento Europeu. Com um texto bastante amplo, a proposta da UE poderá acarretar na proibição do uso de vigilância biométrica, reconhecimento de emoções e de alguns sistemas de policiamento que utilizariam a IA.

Os parlamentares americanos expressaram a intenção de colocar os sistemas generativos de IA como ChatGPT e o DALL-E em categorias que exigem medidas especiais de transparência, como notificações aos usuários de que os produtos foram criados por máquinas.

O sistema DALL-E, também desenvolvido pela OpenAI, chamou atenção no ano passado ao conseguir criar cópias de quadros de Van Gogh e gerar ilustrações e gráficos através de um simples pedido.

rc (AFP, EFE, AP)