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Confirmadas novas infecções em pessoas próximas a Bolsonaro

14 de março de 2020

Senador, diplomata e advogada que acompanharam presidente na viagem aos EUA testam positivo para o coronavírus, assim como prefeito de Miami, que se encontrou com líder brasileiro. Exame de Trump dá negativo.

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Trump e Bolsonaro em encontro nos EUA. Ao fundo, Fabio Wajngarten
Trump e Bolsonaro em encontro nos EUA. Ao fundo, Fabio Wajngarten, que contraiu coronavírusFoto: AFP/A. Santos

Ao menos seis pessoas que tiveram contato com o presidente Jair Bolsonaro durante sua visita aos Estados Unidos na semana passada já foram diagnosticadas com o novo coronavírus, segundo informações da imprensa brasileira neste sábado (14/03).

Dois membros da comitiva oficial de Bolsonaro na viagem à Flórida testaram positivo para o Sars-Cov-2 na noite de sexta-feira: o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e o diplomata Nestor Forster, indicado pelo presidente ao cargo de embaixador brasileiro em Washington.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Trad, de 58 anos, fez o teste na quinta-feira. Após a confirmação de que contraiu o vírus, emitiu uma nota informando que está em casa com a família, em isolamento.

"Fiz o exame, que resultou positivo. Serenamente, com fé em Deus, e atendendo todas as orientações dos profissionais de saúde envolvidos nesse enfrentamento, estou em casa com a minha família, aguardando o período de isolamento", disse o senador.

Forster recebeu o diagnóstico na mesma noite. O diplomata de 57 anos fazia parte da comitiva que acompanhou Bolsonaro em Miami entre os dias 7 e 10 de março e se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Mar-a-Lago, no sul da Flórida.

A Embaixada do Brasil em Washington informou que, com a confirmação da infecção, Forster prolongará sua quarentena por mais duas semanas – ao retornar dos EUA, ele já havia se colocado em isolamento por conta própria como medida de precaução.

Tanto Trad como Forster fizeram exames para o coronavírus após a primeira confirmação na comitiva de Bolsonaro, do secretário de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten. A infecção foi confirmada pelo Planalto na última quinta-feira, dois dias depois de ele retornar da viagem com o presidente.

Por sua vez, a advogada Karina Kufa, que também acompanhou Bolsonaro nos EUA mas não consta na lista oficial de membros da comitiva divulgada pelo governo, testou positivo para o coronavírus na sexta-feira e está em isolamento.

Em mensagem publicada em redes sociais neste sábado, ela disse estar bem. "Hoje acordei bem melhor, os sintomas praticamente sumiram. Até agora não tive febre e falta de ar, que são os fatores de alerta", afirmou Kufa, que é tesoureira do Aliança pelo Brasil.

Também na sexta-feira, foi confirmada a infecção do prefeito de Miami, Francis Suarez, de 42 anos. Ele participou de um evento com Bolsonaro e sua comitiva na segunda-feira na Flórida.

Além das cinco pessoas mencionadas acima, um empresário que esteve próximo do presidente durante a viagem também contraiu o vírus, informou o jornal Folha de S. Paulo neste sábado. Segundo o veículo, o homem preferiu não se identificar.

Após a primeira confirmação, de Wajngarten, Bolsonaro realizou exames na quinta-feira. No dia seguinte, ele veio a público afirmar que o resultado deu negativo. Antes, a emissora americana Fox News e o jornal O Dia haviam divulgado que ele estaria contaminado.

A Fox News afirmou que recebera a informação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, por escrito e também por telefone. A TV Globo disse ter tido acesso às mensagens. Mais tarde, Eduardo negou que tenha repassado tal informação ao canal americano.

O teste de Bolsonaro foi feito por uma laboratório particular, com material coletado por uma equipe do Hospital das Forças Armadas no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Após a divulgação das demais infecções, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou à TV Globo neste sábado que recomendou ao presidente que faça um novo exame. Segundo o protocolo, um segundo teste deve ser realizado em sete dias, mas pode ser adiantado se houver sintomas.

Trump, que teve contato com Bolsonaro e outros membros da comitiva brasileira, disse neste sábado que também fez o teste para o coronavírus. Horas mais tarde, a Casa Branca informou que o resultado deu negativo.

Anteriormente, o presidente americano afirmara que não estava preocupado com a situação e que não faria testes por enquanto. Na sexta-feira, um médico de Trump disse que não havia necessidade de exames ou de impor quarentena ao presidente porque o encontro com Wajngarten havia sido de "baixo risco".

Contudo, outras pessoas que tiveram contato com Trump testaram positivo, entre elas Ronna McDaniel, presidente do Comitê Nacional Republicano, que esteve em Mar-a-Lago.

Ivanka Trump, filha do presidente, entrou em isolamento na sexta-feira, após se encontrar com um político australiano que mais tarde confirmou sua infecção pelo vírus.

Desde que o Sars-Cov-2 surgiu pela primeira vez em dezembro, mas de 150 mil casos foram registrados em mais de 130 países e territórios, com o número de mortos chegando a quase 5.800.

Os países mais afetados são China e Itália. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 121 casos, além de investigar quase 1.500 suspeitas. Ninguém morreu no país.

Nos Estados Unidos, o número de infecções superou 2.100 neste sábado, contando ainda um total de 51 mortos. Para conter a propagação, Trump expandiu a restrição de entrada no país de cidadãos não americanos vindos do Reino Unido e da Irlanda, além dos outros 26 países europeus anunciados anteriormente.

EK/afp/ots

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