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Confiança na urna eletrônica cai nove pontos em dois meses

28 de maio de 2022

Pesquisa Datafolha aponta que 73% dos brasileiros confiam na urna eletrônica. Desconfiança é maior entre os eleitores de Bolsonaro, que frequentemente questiona o sistema de votação.

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Pessoa digita em terminal da urna eletrônica
Percentual dos que dizem não confiar no sistema eletrônico de votação subiu de 17% para 24%Foto: Agencia Brasil/T. Rego

Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (27/05) mostrou que 73% dos brasileiros confiam nas urnas eletrônicas, queda de nove pontos percentuais em relação a março, quando a taxa era de 82%.

Entre os que confiam nas urnas, 42% afirmaram confiar muito e 31% confiar um pouco.

Já o percentual dos que dizem não confiar no sistema eletrônico de votação subiu de 17% para 24% no mesmo período.

A pesquisa foi realizada nos dias 25 e 26 de maio, com 2.556 entrevistados em 181 cidades e divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais.

Desconfiança é maior entre bolsonaristas

Pessoas que pretendem votar em outubro no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Palácio do Planalto confiam mais na urna do que a média. Entre eles, 83% dizem confiar no sistema de votação, e 16% declararam não confiar.

Entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro, 58% confiam na urna eletrônica, e 40% não confiam.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados se eles consideram possível que haja fraudes na eleição deste ano. No total, 43% responderam que não há chance de fraude, enquanto 55% disseram haver alguma chance de fraude (21% responderam pouca chance e 34%, muita chance).

Entre os eleitores de Lula, 41% consideram haver alguma chance de fraude (para 21%, há muita chance e, para 20%, pouca chance). Entre os eleitores de Bolsonaro, 81% consideram haver alguma chance de fraude (para 60%, há muita chance de fraude e, para 21%, um pouco de chance).

Presidente semeia dúvidas sobre o sistema

Bolsonaro e alguns de seus apoiadores próximos questionaram por diversas vezes a segurança da urna eletrônica, repetindo uma estratégia usada pelo ex-presidente americano Donald Trump para reduzir a credibilidade de resultados eleitorais.

Em abril, o presidente defendeu que as Forças Armadas sejam incluídas no processo de apuração para realizar uma contagem paralela, proposta criticada por especialistas.

Bolsonaro também já disse que teria vencido no primeiro turno em 2018, não fossem supostas fraudes nas urnas, sobre as quais ele nunca apresentou evidências. Bolsonaristas chegaram a patrocinar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para retomar o voto impresso, mas a iniciativa foi barrada pela Câmara dos Deputados em agosto de 2021.

bl (ots)