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ConflitosCoreia do Norte

Componentes ocidentais encontrados em míssil norte-coreano

21 de fevereiro de 2024

Análise mostra que peças usadas em sistema de navegação de míssil que caiu na Ucrânia provêm de países como EUA e Alemanha. Segundo relatório, arma possivelmente foi montada e enviada à Rússia depois do começo da guerra.

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Kim Jong-un inspeciona fábrica de armamentos
Sanções do Conselho de Segurança da ONU, em vigor desde 2006, proíbem a Coreia do Norte de produzir mísseis balísticosFoto: Yonhap/picture alliance

Componentes produzidos por empresas sediadas nos Estados Unidos e na Europa foram encontrados em um míssil norte-coreano lançado pela Rússia que caiu na Ucrânia, revela um relatório da organização Conflict Armament Research (CAR), com sede em Londres.

O míssil balístico de procedência da Coreia do Norte caiu na cidade ucraniana de Kharkiv no início de janeiro e continha 290 peças eletrônicas que não provinham do país do leste asiático, mas de 26 empresas de oito nações, a maioria delas ocidentais, como Estados Unidos e Alemanha.

Além disso, metade dos componentes documentados continham códigos de datas, sendo que em 75% deles foi possível identificar produção entre 2021 e 2023. Segundo o CAR, a partir desses dados, é possível concluir que, provavelmente, a arma não tenha sido montada antes de março de 2023. Ou seja: ela teria sido enviada à Rússia após o início da guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.

De acordo com a CAR, 75% das peças estrangeiras encontradas no míssil norte-coreano vinham de empresas dos EUA, 16% da Europa e 9% da Ásia. Trata-se principalmente de componentes eletrônicos instalados no sistema de navegação. Além dos EUA e da Alemanha, também foram encontrados componentes da Singapura, do Japão, da Suíça, da China, da Holanda e de Taiwan. 

Sinais de alerta

O CAR destaca no relatório que as descobertas preocupam, pois mostram que a Coreia do Norte tem capacidade "de produzir e transferir armas avançadas, ao mesmo tempo que adquire material a nível internacional para alimentar o seu programa de mísseis", apesar das sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em vigor desde 2006, que proíbem o país de produzir mísseis balísticos.

Além disso, também revelam que, apesar das sanções internacionais, o país asiático teria conseguido transferir a arma para Rússia após o início da guerra na Ucrânia.

"A presença de uma grande proporção de componentes eletrônicos não domésticos produzidos recentemente num míssil balístico norte-coreano sugere fortemente que o país desenvolveu uma rede de aquisição robusta capaz de contornar, sem detecção, regimes de sanções que estão em vigor há quase duas décadas", destaca o texto.

Por outro lado, a análise dos itens contidos no míssil são uma indicação do quanto a Coreia do Norte é depende de materiais importados.

A Casa Branca disse no início de janeiro que Pyongyang forneceu a Moscou mísseis de cruzeiro e lançadores de foguetes que foram usados ​​em ataques na Ucrânia. 

A organização Conflict Armament Research (CAR), cujo trabalho é parcialmente financiado pela União Europeia, examina sistemas de armas em zonas de guerra para rastrear cadeias de abastecimento.

le (DPA, ots)