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Com frieza, Itália cala a Alemanha e vai à final

Gabriel Fortes5 de julho de 2006

Pragmáticos, italianos vencem o rival mais uma vez em Copas, põem fim ao único projeto ousado do Mundial 2006 e fazem chorar uma nação de 80 milhões de pessoas.

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Grosso (e) comemora o primeiro gol; Del Piero (d) marcaria o outroFoto: AP

Depois de 118 minutos de luta dentro e fora de campo, a Alemanha tomou um tombo dolorido na noite desta terça-feira (4/7), em Dortmund, e deu adeus ao sonho de comemorar com a sua torcida o tetracampeonato mundial.

Meticulosa, pragmática e a sangue frio, a Itália mostrou determinação para defender e coragem para atacar no final da prorrogação. E faltando apenas dois minutos para a decisão ir aos pênaltis, fez 2 a 0 comemorando a classificação para a final da Copa do Mundo. O adversário, no dia 9, em Berlim, sai do encontro entre Portugal e França que acontece nesta quarta.

Esta é a terceira vitória italiana sobre a Alemanha na história dos Mundiais. Houve outros dois empates nos cinco confrontos registrados até hoje – 0 a 0 na primeira fase no Chile, em 1962, 4 a 2 igualmente na semifinal no México, em 1970, 0 a 0 na segunda fase na Argentina, em 1978, e 3 a 1 na final na Espanha, em 1982.

Além disso, a queda da anfitriã derruba o tabu de, até então, o país jamais ter perdido em Dortmund. Eram 13 vitórias e um empate em 14 partidas até esta noite.

Mais. A Itália, que até agora levou apenas um gol (contra, na fase de grupos, no jogo com os EUA), colocou lágrimas em uma nação de 80 milhões de pessoas que viram no futebol, desde o dia 9 de junho, um incentivo que impulsiona a criação de uma identidade nacional coletiva.

Questões como cantar o hino, erguer uma bandeira, pintar os rostos e abraçar desconhecidos. É o fim, pelo menos com o esporte das chuteiras como pano de fundo. A tristeza da nação se estende até o sentimento de que, com a sua ajuda, a Copa 2006 ganha status do melhor Mundial já organizado na história.

A dor alemã cresce à medida em que o povo retrocede em suas análises. Começou torcendo por uma equipe desacreditada, que comandada pelo ex-centroavante Jürgen Klinsmann ganhou injeção de ânimo, padrões técnicos e táticos, coerência e evoluiu ao ponto de ter qualidade para brigar pelo tetra. Foi, definitivamente, uma revolução no futebol alemão e a aposta mais alta desta Copa do Mundo.

O jogo

Os alemães estiveram apáticos e não conseguiram reeditar as boas atuações de jogos anteriores. Ainda assim, eram beneficiados pelo pragmatismo italiano e ofereciam um confronto equilibrado.

O tempo regulamentar registrou poucas oportunidades de gol para ambos os lados, mas logo no início da prorrogação a Itália acertou as traves de Lehmann duas vezes. Odonkor, que havia entrado em campo, foi o motor alemão nos contra-ataques.

Podolski, duas vezes, perdeu a chance de decretar a vitória no período extra. E aos 13 minutos, faltando dois para a decisão por pênaltis, Pirlo pegou rebote de cobrança de escanteio e deu assistência para Grosso acertar um belo chute no canto oposto de Lehmann: 1 a 0.

O desespero alemão foi inevitável e a única saída era partir para o ataque, organizada ou desorganizadamente. Escolheu-se a segunda opção, e aos 15 minutos os italianos puxaram contra-ataque. Gilardino deu assistência a Del Piero, que na saída de Lehmann acertou um toque magistral no ângulo esquerdo do goleiro para fechar o placar.

ALEMANHA 0 x 2 ITÁLIA

Alemanha

Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Kehl, Schneider (Odonkor), Ballack e Borowski (Schweinsteiger); Podolski e Klose (Neuville)

Técnico: Jürgen Klinsmann

Itália

Buffon; Zambrotta, Materazzi, Cannavaro e Grosso; Gattuso, Pirlo, Perrotta (Del Piero) e Camoranesi (Iaquinta); Totti e Toni (Gilardino)

Técnico: Marcello Lippi

Data: 4/7/2006 (Terça-feira)

Local: Westfalenstadion, em Dortmnund

Árbitro: Benito Archundia (México)

Auxiliares: Jose Ramírez (México) e Hector Vergara (Canadá)

Cartões amarelos: Borowski, Metzelder (A); Camoranesi (I)

Gols: Grosso, aos 13min, Del Piero, aos 15min do 2ºT da prorrogação