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China e UE lideram importações que causam desmatamento

14 de abril de 2021

Soja, óleo de palma e carne bovina são os produtos mais importados de áreas desmatadas de florestas tropicais, afirma estudo do WWF. Brasil é um dos países que mais desmataram para produzir para a Europa.

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Imagem aérea de área destruída em Apuí, no sul do Amazonas, em agosto de 2020
Área destruída em Apuí, no sul do Amazonas, em agosto de 2020Foto: Reuters/U. Marcelino

Importações da China e da União Europeia (UE) são responsáveis por grande parte do desmatamento de florestas tropicais no mundo, afirmou a organização ambientalista WWF nesta quarta-feira (14/04).

Em 2017, 24% da destruição de florestas tropicais por causa do comércio internacional esteve ligada a produtos comprados pela China, e 16% a importações feitas pela UE, afirmou a ONG, que divulgou um relatório para os anos de 2005 a 2017.

A terceira e a quarta posição no ranking de destruidores de florestas tropicais indiretos do WWF são da Índia, com 9%, e dos EUA, com 7%. No período analisado, o Reino Unido ainda integrava a UE.

A destruição de florestas tropicais para o comércio internacional se deu sobretudo para a produção de soja, óleo de palma e carne bovina. Em seguida vêm madeira, cacau e café.

Os países que mais destruíram para produzir para a União Europeia são Brasil, Indonésia e Paraguai, segundo o relatório.

Na União Europeia, o país indiretamente responsável pela maior destruição de florestas tropicais por meio da importação de produtos relacionados é a Alemanha. Em média, são destruídos 43,7 mil hectares por ano para a produção de mercadorias compradas pela Alemanha.

Até 2013, a UE liderava o ranking de destruidores de florestas tropicais do WWF. O engajamento de empresas e governos conseguiu melhorar a situação no bloco, mas a ONG afirma que os esforços ainda não são suficientes.

Segundo o WWF, em 2017 foram desmatados 1,3 milhão de hectares de florestas tropicais devido ao comércio internacional, e 203 mil deles para as importações feitas pela UE. Essa destruição liberou 740 milhões de toneladas de CO2.

Desmatamento aumenta apesar da pandemia

O Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina (Maap) afirmou nesta terça-feira que a Amazônia Internacional perdeu 2,3 milhões de hectares em 2020. Desse total, 1,5 milhão de hectares foi devastado no Brasil, país com a maior parte da floresta.

Segundo o Maap, a área desmatada durante 2020 no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela é 17% maior que a relatada no ano anterior e equivalente à área do estado de Sergipe.

Este foi o terceiro pior registro dos últimos 20 anos. Apenas em 2016 e em 2017 foram registrados números superiores aos do ano passado, quando, apesar da pandemia de covid-19, o desmatamento se intensificou.

A partir das imagens de satélite observadas, as áreas devastadas no Brasil, concentradas no sul do território amazônico, foram primeiro desmatadas e depois queimadas, causando grandes incêndios, principalmente devido a uma prática aparentemente ligada à expansão da pecuária extensiva na região.

as/cn (AFP, DPA, Efe)