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América Latina critica política europeia de austeridade

18 de novembro de 2012

Enquanto as ex-potências econômicas Espanha e Portugal pedem ajuda à América Latina para sair da crise de endividamento, as ex-colônias acusam Europa de conduzir uma política de austeridade demasiado rigorosa.

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Foto: Reuters

A confiança não pode ser adquirida apenas através do sacrifício, afirmou a presidente brasileira Dilma Rousseff, antes do fim do encontro com os chefes de governo da Espanha e de Portugal, realizado durante dois dias em Cádiz, no sul da Espanha. Também Amado Boudou, vice-presidente argentino, demonstrou durante o encontro temores de que uma política tão rigorosa de austeridade como a aplicada pela Europa no momento possa prejudicar a recuperação econômica do continente.

Barroso defende planos orçamentários da UE

Por sua vez, o presidente da Comissão da UE, José Manuel Durão Barroso, defendeu a política econômica europeia. Ele salientou que o próximo orçamento da UE deverá impulsionar o crescimento econômico, com medidas visando minimizar os efeitos sociais da crise. Para isso, declarou, é preciso priorizar o crescimento.

Segundo Barroso, a Comissão da UE irá propor um orçamento ambicioso, "mas ao mesmo tempo realista" para o período que de 2014 a 2020. O novo orçamento será negociado durante o encontro de cúpula do bloco, programado para 22 e 23 de novembro. Barroso ressaltou, porém, a probabilidade de nem todos os países-membros da UE apoiarem esses planos orçamentários.

Espanha quer atrair investimentos

Espanha e Portugal, ex-matrizes das colônias latino-americanas, sofrem no momento os efeitos de uma séria recessão e da crise de endividamento. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, pleiteou mais investimentos latino-americanos para o país. A Europa irá "acolhê-los de braços abertos", assegurou o chefe do governo conservador, ao elogiar os sucessos atuais da economia das ex-colônias. Estes, completou Rajoy, são o reflexo de uma política de austeridade, aliada a medidas de incentivo e fortalecimento econômico.

Dilma Rousseff (esq.) conversa com rei espanhol Juan Carlos em Cádiz
Dilma Rousseff (esq.) conversa com rei espanhol Juan Carlos em CádizFoto: J.J. GUILLEN/AFP/Getty Images

Os chefes de Estado e governo pretendem assinar um acordo no segundo e último dia do encontro em Cádiz, com o fim de facilitar o acesso de pequenas e médias empresas europeias ao mercado latino-americano. Espanha e Portugal esperam que a América Latina, com seu acentuado crescimento econômico dos últimos anos, possa auxiliar a debilitada Europa na superação da crise. O presidente do Equador, Rafael Correa, alertou para o risco de que a atual força econômica da América Latina esteja sendo superestimada.

Os encontros anuais de cúpula dos países ibero-americanos acontecem desde 1991, mas despertam cada vez menos interesse. Neste ano, sete chefes de Estado latino-americanos cancelaram suas participações em Cádiz, entre estes o venezuelano Hugo Chávez, o cubano Raúl Castro e a argentina Cristina Fernández de Kirchner. A próxima cúpula ibero-americana está marcada outubro de 2013 no Panamá. Depois disso, os encontros provavelmente acontecerão apenas a cada dois anos.

SV/dpa,dapd
Revisão: Augusto Valente