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Berlusconi garante a Fischer "lealdade" à Europa

(sv)16 de janeiro de 2002

Visita do ministro do Exterior alemão a Roma termina com declarações amistosas sobre o euro, a política monetária e a expansão da UE para o Leste.

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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, garantiu a seu colega alemão, Joschka Fischer (Partido Verde), que seu governo é pró-europeu. Ambos ressaltaram a importância de se acatar os critérios de Maastricht, importantes para estabilidade monetária na zona do euro. "Nós queremos um euro forte e estável", disse Fischer, em Roma. Por isso, nem a Alemanha nem a Itália teriam a intenção de questionar os critérios. No fim do ano passado, o governo italiano insistiu várias vezes para que fossem afrouxados os critérios que estipulam a disciplina orçamentária e o limite de endividamento dos Estados que participam da União Monetária Européia.

O ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, segue esta semana um roteiro de visitas um tanto delicado. Depois de passar pela Áustria do chanceler Wolfgang Schüssel, político ligado à oposição democrata-cristã e ao candidato Edmund Stoiber, Fischer falou hoje por três horas com o premiê italiano Silvio Berlusconi sobre os rumos da União Européia. Berlusconi, por sua vez, é também figura ligada à União Social Cristã (CSU) de Stoiber, que será o adversário do chanceler alemão Gerhard Schröder nas próximas eleições.

Diplomacia

- No entanto, o governo social-democrata e verde alemão parece querer demonstrar que não quer fazer tempestades com as arestas que têm com Roma e Viena. "A política externa alemã sempre foi caracterizada pela continuidade", analisa o cientista político Bernhard May. Além disso, "em questões sobre a UE, a OTAN ou a crise do Afeganistão, houve um consenso amplo entre todos os partidos", observa.

Um dos pontos debatidos por Fischer e Berlusconi na tarde desta quarta-feira (16) foi a expansão da UE em direção ao leste do continente. Berlusconi chamou o planejado ingresso de novos países na organização de "reunificação européia" e acentuou que "a Europa precisa de uma força militar comum". Nesse sentido, acentuou o primeiro-ministro italiano, "não há divergências de opinião" entre Alemanha e Itália.

O caso Ruggiero - A renúncia do ministro italiano do Exterior, Renato Ruggiero, na última semana, não foi comentada por Fischer. "Nós falamos abertamente em nosso encontro de todas as questões, mas não me diz respeito avaliar renúncias em governos de outros países", disse o ministro alemão.

A crise no governo italiano desencadeada entre outros pelo "caso Ruggiero" causou preocupação em várias capitais da UE. Conhecido por ser um eloqüente defensor de uma Europa unida, o ex-ministro do Exterior entrou em atrito com o gabinete de centro-direita de Berlusconi, tendo sido então criticado duramente pelo premiê. Com isso, Ruggiero acabou por renunciar na última semana. O cargo de ministro das Relações Exteriores está, até agora, também nas mãos de Berlusconi.