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Berlim conta quase 2 mil moradores de rua

7 de fevereiro de 2020

Capital alemã foi a primeira do país a realizar um censo sobre a população sem teto a fim de reformular suas políticas públicas sobre o tema. Número é bem menor do que o estimado anteriormente pelas autoridades.

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Morador de rua embaixo de ponte em Berlim
Censo mostrou que quase metade dos sem-teto estava vivendo nas ruas há mais de três anosFoto: DW/T. Walker

Berlim possui 1.976 moradores de rua, segundo resultado do primeiro censo sobre esse tema realizado na Alemanha. O número divulgado nesta sexta-feira (07/02) é bem menor do que o estimado por autoridades, que variava entre 6 mil e 10 mil.

Batizado de "Noite da Solidariedade", o primeiro censo de moradores de rua da capital alemã foi realizado no final de janeiro. Cerca de 2,6 mil voluntários participaram da iniciativa.

Divididos em grupos de três e cinco pessoas, eles percorreram mais de 600 áreas de Berlim com o objetivo de encontrar os sem-teto e aplicar um questionário sobre idade, nacionalidade e há quanto tempo vivem nas ruas.

"Agora sabemos muito mais sobre a idade dos moradores de rua, seu gênero, de onde eles vêm e, pela primeira vez, há quanto tempo eles são sem-teto", afirmou a secretária de Integração, Trabalho e Cidadania, Elke Breitenbach.

Durante a "Noite da Solidariedade", 942 moradores de rua foram localizados em abrigos, 807 nas ruas, 154 em estações de metrô e de trem, 42 em um café que abriga sem-teto durante as noites de inverno, 15 em hospitais e 12 sob custódia da polícia.

Cerca de um terço dos sem-teto encontrados em ruas de Berlim concordaram em responder o questionário do censo. Entre os entrevistados, 55% tinham entre 30 e 49 anos, e 84% eram homens. A maioria deles, 47%, estava vivendo nas ruas há mais de três anos. Outros 23%, entre um e três anos.

O censo mostrou ainda que 49% dos sem-teto eram alemães; 39%, cidadãos de países da União Europeia; e 11%, estrangeiros de fora do bloco europeu.

Pouco dias antes da "Noite da Solidariedade", a iniciativa foi criticada. Uma associação de sem-teto considerou o censo degradante e ameaçador e duvidou sobre que uso teriam esses dados. É possível que muitos moradores de rua tenham fugido dos censores.

Segundo Berlim, as informações descobertas no levantamento servirão de base para a formulação de políticas públicas voltadas às necessidades de moradores de rua. Atualmente, a prefeitura de Berlim investe 8,3 milhões de euros (cerca de 37 milhões de reais) por ano em 27 projetos de ajuda aos sem-teto. Com as novas diretrizes, será possível abordar a questão buscando soluções direcionadas.

A capital alemã segue Nova York e Paris na tentativa de fazer um panorama mais preciso sobre sua população de rua. Segundo um estudo publicado em 2019 pelo Grupo Federal de Trabalho para Pessoas Sem Moradia (BAG), o número de sem-teto na Alemanha cresceu 4,8% em 2018, com pelo menos 678 mil pessoas sem acomodação permanente. Destas, 41 mil moravam nas ruas.

Entre os fatores que podem explicar esse crescimento estão a diminuição do número de moradias a preços acessíveis, cortes em programas de habitação social e a elevação dos níveis de pobreza.

CN/dw/ots

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