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O supertime do Bayern

12 de junho de 2007

As contratações de Ribéry, Toni, Jansen, José Ernesto Sosa e Schlaudraff estabelecem novo patamar na história do clube e são uma resposta à fracassada campanha da temporada 2006/2007.

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O italiano Luca Toni e o francês Franck Ribéry são apresentados em MuniqueFoto: AP

Foi em 1976 que o Colônia abalou a opinião pública alemã com um anúncio espetacular para a época: a contratação do atacante belga Roger van Gool, vindo do FC Brugges, pela espetacular soma de 1 milhão de marcos. Era a primeira vez na história da Bundesliga que a transferência de um jogador de futebol rompia a barreira dos sete dígitos.

As críticas mais duras vieram de setores moralistas da sociedade alemã: onde já se viu gastar tanto dinheiro com um jogador de futebol. Mais de 30 anos depois, a soma chega a soar ridícula perto dos 53 milhões de euros que o Bayern já investiu em contratações neste ano. E nenhuma voz se levantou para criticar o valor ou alertar para a crescente mercantilização do esporte.

Estrelas mundiais

Com esse dinheiro todo, o Bayern trouxe duas estrelas do futebol mundial. O francês Franck Ribéry custou, sozinho, 25 milhões de euros aos cofres do recordista alemão de títulos, a mais cara contratação da história do clube e, ao lado dos 50 milhões de marcos que o Borussia Dortmund pagou por Amoroso em 2001, uma das mais caras de todos os tempos na Alemanha.

Fußball-Bundesliga, 32. Spieltag, Borussia Mönchengladbach - Bayern München
Roy Makaay, que pode deixar o BayernFoto: AP

O valor gasto com Ribéry supera também o investido no atacante Roy Makaay, até então no topo da lista das maiores transferências bávaras. Em 2003, o holandês custou 19,75 milhões de euros. A vinda de Ribéry foi paga com os 26 milhões de euros da rescisão de contrato de Owen Hargreaves, que saiu de Munique para defender o Manchester United.

Já o italiano Luca Toni custou 11 milhões de euros, o que faz dele o quarto na lista dos mais dispendiosos para o Bayern. Outros 10 milhões foram investidos numa promessa do futebol alemão: o jovem zagueiro Marcell Jansen, que também defende a seleção nacional. E mais 6 milhões numa promessa do futebol argentino: o meia José Ernesto Sosa, que veio do Estudiantes de la Plata.

A eles se juntam Jan Schlaudraff (Alemannia Aachen), Hamit Altintop (Schalke) e provavelmente o brasileiro Zé Roberto, que já se desligou do Santos e cuja vinda para Munique é dada como certa pela imprensa alemã há semanas. Existem ainda rumores sobre a contratação de Klose, que já declarou que gostaria de jogar no Bayern a partir de 2008, quando termina seu contrato com o Werder Bremen. Mas ele pode vir ainda este ano.

Nova política

Com sete ou até mesmo oito novos rostos na fotografia oficial da equipe, já falta espaço em Munique para alguns dos protagonistas da fracassada temporada de 2006/2007. Tanto Makaay como o paraguaio Roque Santa Cruz anunciaram que podem deixar o Bayern. O presidente do clube, Karl-Heinz Rummenigge, já avisou que, por ele, tudo bem.

O único boato que Rummenigge se esforça para negar é o da saída do belga Daniel van Buyten. "Nunca pensamos em nos desfazer dele", assegurou o dirigente.

FC Bayern München - MSV Duisburg Fußball Bundesliga
Zé Roberto (e) deixou saudades e está voltandoFoto: dpa

A nova política de contratações representa uma mudança radical na filosofia dos diretores do Bayern, freqüentemente criticados por serem sovinas demais. É, também, uma resposta ao fiasco da temporada passada, quando o clube ficou em quarto lugar na Bundesliga e conseguiu apenas se classificar para a Copa da Uefa, ficando de fora da Liga dos Campeões pela primeira vez em dez anos.

O contraste com as contratações anunciadas no início da temporada passada é grande. Há um ano, o Bayern tinha apenas dois reforços para apresentar: o zagueiro Daniel van Buyten e o atacante Lukas Podolski. Custaram, juntos, "meros" 20 milhões de euros.

Agora, os títulos

Depois de desembolsar como nunca, Rummenigge já avisou que não espera nada menos que títulos. "O objetivo só pode ser a conquista do Campeonato Alemão", afirmou ao jornal Bild. "E claro que é assim que vamos encarar também as disputas da Copa da Uefa e da Copa da Alemanha."

Rummenigge pode apoiar suas esperanças no passado. Para o Colônia, em 1976, a contestada contratação de Van Gool se mostrou acertada: os quatro anos que ele ficou na cidade renana foram uma das melhores fases da história do clube, campeão alemão e duas vezes vitorioso na Copa da Alemanha graças, também, àquele controverso 1 milhão de marcos. (as)