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Avião da Alemanha decola de Cabul com só sete passageiros

17 de agosto de 2021

Plano inicial seria resgatar dezenas de cidadãos. Ministra diz que situação local é difícil e que prioridade era levar soldados para segurança de futuras repatriações. Berlim admite erros na gestão da crise afegã.

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Airbus A400M
Airbus A400M: primeiro voo de resgate da Força Aérea alemã saiu de Cabul com poucos passageirosFoto: Hauke-Christian Dittrich/dpa/picture alliance

Em meio ao desespero de milhares de pessoas para deixar o Afeganistão, um avião militar da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, decolou do aeroporto da capital afegã na madrugada desta terça-feira (17/08) com apenas sete pessoas a bordo. O plano original era, segundo o jornal Bild, transportar ao menos 57 diplomatas e mais 88 cidadãos alemães.

A informação inicialmente divulgada pela imprensa sobre o primeiro voo militar para retirada de cidadãos alemães de Cabul foi confirmada por representantes do governo alemão. Eles disseram que havia apenas 30 minutos disponíveis para o embarque e que somente os alemães que estavam no aeroporto naquele momento puderam embarcar.

Afirmaram também que até instantes antes do pouso, não estava claro se o avião, um Airbus A400M, conseguiria aterrissar e que, por isso, não seria seguro convocar mais cidadãos alemães para irem ao aeroporto.

"Circunstâncias difíceis"

A ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, ressaltou que as circunstâncias são difíceis no local e que o avião tinha como prioridade transportar soldados para fazer a segurança dos cidadãos a serem retirados de Cabul.

"Temos uma situação muito confusa, perigosa e complexa no aeroporto, especialmente por causa das multidões", disse a ministra à TV alemã. "Ontem conseguimos colocar nosso avião no solo em uma aterrissagem realmente vertiginosa. Acima de tudo, transportamos até lá soldados que agora estão fornecendo a segurança necessária para que as pessoas que queremos retirar do país consigam chegar ao avião. Essa foi a principal tarefa de ontem", disse Kramp-Karrenbauer.

A intenção do governo da Alemanha é manter uma ponte aérea entre Cabul e Tashkent, capital do Uzbequistão, para retirar cidadãos do Afeganistão. Um segundo avião da Bundeswehr pousou em Cabul nesta terça.

O governo da Alemanha vem sendo alvo de críticas pela gestão da crise no Afeganistão após ser pego de surpresa pela rápida invasão de Cabul pelo Talibã.

Maas reconhece erros

O ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, admite erros do governo, frisando que a situação foi mal avaliada por Berlim.

"Não há o que encobrir", disse Maas, acrescentando que nem o governo alemão nem seus parceiros ocidentais, incluindo os serviços de inteligência, previram que a tomada do Afeganistão pelo Talibã ocorreria tão rapidamente. "É preciso de honestidade para admitir isto."

Maas, entretanto, refutou críticas de que, apesar do dramático desenvolvimento dos últimos dias, funcionários da embaixada alemã ainda estejam em Cabul. O ministro deixou claro que essa medida é necessária para organizar a saída dos locais afegãos que cooperavam com os militares alemães.

Maas destacou que a maioria dos funcionários da embaixada já está fora do país. Apenas uma equipe reduzida ainda está estacionada no aeroporto de Cabul. Entretanto, a imprensa alemã divulgou que Berlim teria ignorado por semanas alertas da embaixada alemã em Cabul sobre o risco que os diplomatas estavam correndo. Apenas na semana passada foram iniciadas conversas sobre um plano de retirada da representação alemã.

md (ots)