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Autor de ataque em Münster já falara em suicídio

8 de abril de 2018

Homem de 48 anos que avançou com uma van sobre grupo de pessoas, matando duas delas, aparentemente tinha problemas psíquicos. Polícia não encontra qualquer motivação política para o ataque, nem relações com o terrorismo.

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Ataque ocorreu em frente a este restaurante, no centro da cidade de Münster Foto: Imago/W. Otto

Os motivos do ataque com uma van que matou duas pessoas na cidade alemã de Münster continuam desconhecidos. Pelo que sabe até agora, trata-se da ação de uma única pessoa, um homem de 48 anos que vivia na cidade e – tudo indica – tinha problemas psíquicos.

Segundo a polícia, o motorista da van se chamava Jens R., era designer e aparentemente não tinha qualquer motivação política para cometer o atentado. Ele também não tinha nenhuma relação com cenas terroristas ou chamado a atenção como alguém que pudesse cometer um ataque do gênero.

Jens R., que se matou depois de avançar com a van sobre pessoas que estavam sentadas no terraço de um restaurante no centro de Münster, matando duas delas e ferindo outras 20, tinha uma situação financeira estável e possuía três residências.

Vizinhos relataram, porém, que ele importunava os outros moradores do prédio onde morava e chegou a acusar uma família de ser a responsável por um acidente doméstico que ele sofrera na escadaria do edifício. A família teria deixado objetos na escadaria, nos quais ele tropeçara e caíra, informou o site Spiegel Online.

Outros vizinhos relataram que ele tinha mania de perseguição e falava que havia sido vítima de uma conspiração durante a cirurgia a que fora submetido depois do acidente doméstico, com o objetivo de deixá-lo aleijado. Ele também já teria falado em se matar num e-mail que enviara a pessoas conhecidas, informou o Spiegel Online, citando os vizinhos. Já a polícia falou em "vagos sinais de pensamentos suicidas" ao comentar o e-mail.

Já segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, em 29 de março, bem antes do atentado deste sábado, Jens R. enviou uma correspondência de cinco páginas e um relato existencial para pessoas conhecidas, nas quais conta o que, na sua opinião, deu errado na sua vida e de quem seria a culpa.

Jens R. vivia em boa situação financeira e havia conseguido formar um patrimônio que incluía três residências, uma delas em Münster e mais duas no Leste da Alemanha. A polícia vasculhou todas as três, mas em nenhuma delas foram encontrados indícios de uma possível motivação política.

O que a polícia encontrou numa das residências, em Pirna, na Saxônia, foi um documento de 18 páginas já antigo, que os investigadores veem como modelo clássico de carta de suicídio. No relato, Jens R. detalha momentos da sua infância e experiências que ele considera humilhantes e que culpa pelos problemas que enfrentaria mais tarde.

Jens R. era um velho conhecido do serviço social-psiquiátrico de Münster e, segundo o Süddeutsche Zeitung, também já havia chamado a atenção da polícia como possível portador de distúrbios psíquicos. Também houve processos contra ele na Justiça, um deles por ameaça, outro por danos materiais, além de fraude e tentativa de fuga. Todos foram arquivados.

AS/ard/ots