Ataques a jornal e banco alarmam Paris
18 de novembro de 2013Um atirador misterioso desencadeou medo e pânico na capital francesa nesta segunda-feira (18/11). Por volta das 10h15, o agressor, aparentando cerca de 40 anos, invadiu o saguão da sede do jornal liberal de esquerda Libération, disparando dois tiros de fuzil contra um assistente de fotografia. A vítima, de 33 anos, foi atingida no peito e abdômen, encontrando-se em estado grave.
Pouco mais tarde, um homem disparou várias vezes contra uma agência do banco Société Générale, no bairro de negócios La Défense, sem fazer vítimas. Em seguida, sequestrou um carro com seu motorista, antes de desaparecer nas proximidades da avenida Champs-Elysées.
Quatro casos, um suspeito
A polícia realiza uma grande operação de busca na área dos atentados, além de manter sob observação diversos órgãos de imprensa da capital.
O procurador da República François Molins, que chefia as investigações, confirmou possivelmente tratar-se do mesmo criminoso. Além disso, o homem seria também o responsável por um ataque contra a emissora BFMTV, na sexta-feira passada.
Na ocasião, ele proferira ameaças ininteligíveis contra os jornalistas em geral, acrescentando, antes de desaparecer: "Da próxima vez, não vou errar o tiro em vocês". Mais tarde foram encontrados dois cartuchos no chão, sem que, entretanto, houvessem ocorrido disparos.
Presidente Hollande: "ataque à liberdade de informação"
"Levando-se em conta as semelhanças entre os casos, a pista de um atirador único é privilegiada", declarou Molins em coletiva de imprensa. No momento, não há qualquer indício sobre a motivação dos atentados nem qualquer reivindicação, acrescentou.
Segundo as descrições do procurador, trata-se de um homem de tipo europeu, entre 35 e 45 anos de idade, medindo de 1,70 a 1,80 metro de altura, cabelos grisalhos e barba de dois ou três dias. Na segunda-feira, ele trajava um casaco cáqui, tênis verde-brancos, boné e óculos.
Molins divulgou, ainda, três fotos do atirador, feitas por câmeras de vigilância, apelando a eventuais testemunhas para que se apresentem.
Em giro pelo Oriente Médio, o presidente da França, François Hollande, classificou os atos como atentado contra a liberdade de informação, exigindo que as forças de segurança tudo empreendam para capturar o autor, que, em sua opinião, pode tentar matar novamente.
AV/rtr/dpa/afp