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TerrorismoPaquistão

Ataque suicida deixa mais de 100 mortos no Paquistão

Publicado 30 de janeiro de 2023Última atualização 1 de fevereiro de 2023

Mais de 300 fiéis rezavam em uma mesquita localizada em um complexo policial quando um homem-bomba detonou seu colete explosivo.

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Pessoas dentro de um prédio com escombros no chão
Teto da mesquita desabou com impacto da explosãoFoto: MAAZ ALI/AFP/Getty Images

Autoridades paquistanesas atualizaram nesta terça-feira (31/01) para mais de 100 o número de mortos em um atentado suicida a bomba contra uma mesquita lotada na segunda-feira, num complexo policial na cidade de Peshawar, noroeste do Paquistão. Outras dezenas ficaram feridas.

O número de mortos subiu com a descoberta de mais corpos durante a noite, disse à agência de notícias AFP o porta-voz do Hospital Lady Reading em Peshawar, Muhammad Asim Khan. Entre os mortos estaria o líder da mesquita.  

"Esta manhã [terça-feira] será removida a última parte do telhado que ruiu para que possamos recuperar mais corpos. Estamos pessimistas quanto à hipótese de encontrar sobreviventes", informou à AFP o porta-voz dos serviços de emergência Bilal Ahmad Faizi. 

O ataque ocorreu por volta do meio-dia de segunda-feira (04h00 em Brasília) numa mesquita num centro residencial e de treinamento da polícia, o que explica o grande número de baixas dentro da corporação, segundo o governador de Peshawar, Riaz Mehsud.

Não ficou claro como o homem-bomba conseguiu entrar no complexo murado, que abriga os quartéis da polícia municipal e é localizado em uma zona de alta segurança, junto com outros prédios do governo.

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, condenou o "brutal assassinato de muçulmanos enquanto rezavam diante de Alá" e ordenou às autoridades que garantam o melhor tratamento médico possível às vítimas. Ele também prometeu uma "ação severa" contra os responsáveis pelo ataque. 

Mais de 300 fiéis rezavam na mesquita quando o homem-bomba detonou seu colete explosivo. Segundo o ministro da Defesa, Khawaja Asif, o homem-bomba estava na primeira fileira do templo durante as orações.

Talibã reivindica responsabilidade

Inicialmente, Sarbakaf Mohmand, comandante do Talibã paquistanês, assumiu pelo Twitter a responsabilidade pelo ataque. No entanto, horas mais tarde, o porta-voz do grupo, Mohammad Khurasani, negou a autoria do ataque pelo grupo, dizendo não ser política do movimento atacar mesquitas, seminários e locais religiosos. 

O Paquistão, de maioria muçulmana sunita, experimentou um aumento de ataques de militantes desde novembro, quando o Talibã paquistanês suspendeu seu cessar-fogo com as forças do governo.

O atentado desta segunda-feira a uma mesquita sunita foi um dos mais letais contra as forças de segurança nos últimos anos. O último ataque a um centro religioso no Paquistão ocorreu na mesma cidade de Peshawar: em março de 2022, um terrorista suicida se detonou numa mesquita da minoria xiita, deixando 56 mortos e quase 200 feridos.

Os ataques terroristas no Paquistão aumentaram nos últimos meses, após vários anos de relativa calma, em grande parte devido ao ressurgimento do principal grupo talibã paquistanês, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) ou Movimento Talibã do Paquistão.

A organização, um guarda-chuva de grupos armados tribais criada em 2007 e aliada ao Talibã afegão, intensificou os ataques após o fim de um cessar-fogo com o governo, em novembro de 2022. 

Ataques mataram milhares

Desde sua formação, o grupo realiza uma campanha brutal de atentados terroristas em todo o país e matou milhares, inclusive numerosos membros das forças de segurança. Também tentou assassinar Malala Yousafzai, a jovem que viria a ganhar o Prêmio Nobel em 2012.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) também realizou ataques no passado no Paquistão, um dos piores em 2018 visando um comício no Balochistão, que deixou 128 mortos e 122 feridos.

Os ataques começaram a diminuir em 2014 após uma intensificação da repressão por parte das autoridades paquistanesas, mas os sinais de um ressurgimento estão se tornando mais claros após o Talibã retomar o poder no Afeganistão em agosto de 2021. 

md/av (EFE, AP)