1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Assad promete retomar o controle sobre toda a Síria

12 de fevereiro de 2016

Em entrevista à AFP, presidente sírio diz que ataques contra rebeldes com apoio militar da Rússia vão continuar. Ofensiva ameaça acordo internacional de cessar-fogo, que deve entrar em vigor em uma semana.

https://p.dw.com/p/1Huhj
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid

Um dia após um acordo internacional de cessar-fogo ser alcançado em Munique, a Rússia continuou nesta sexta-feira (12/02) a efetuar bombardeios na Síria, em apoio ao presidente Bashar al-Assad. A trégua deve entrar em vigor somente em uma semana. Enquanto isso, forças do governo intensificam a ofensiva contra os rebeldes.

Arrefecendo as esperanças de um cessar-fogo iminente, Assad afirmou nesta sexta-feira, em entrevista à agência de notícias AFP, que pretende retomar o controle de toda Síria e continuar a combater o terrorismo paralelamente às negociações de paz para por fim ao conflito.

De acordo com o presidente sírio, o principal objetivo da ofensiva na província de Aleppo, apoiada por Moscou e que já deixou mais de 500 mortos, é interromper a rota de abastecimento dos rebeldes através da Turquia.

"Não faz sentido dizer que iremos desistir", disse Assad ao ressaltar que o problema deve ter um fim "em menos de um ano", caso as rotas de abastecimento da oposição através da Turquia, Jordânia e Iraque forem cortadas.

Nesta sexta-feira, rebeldes afirmar que a cidade de Tal Rifaat, no norte da província de Aleppo, foi alvo de um bombardeio intenso efetuado por aviões russos pela manhã. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, aeronaves de guerra supostamente russas também atacaram cidades ao norte de Homs.

Trégua não vale para o EI

Nesta quinta-feira, após concordar com o cessar-fogo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que os bombardeios contra o grupo "Estado Islâmico" (EI) e a Frente al-Nusra, afiliada à Al Qaeda, não vão parar.

O secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg, critica a postura de Moscou. "A Rússia tem tido principalmente grupos de oposição como alvo, e não o EI. Ataques aéreos de aviões russos contra diferentes grupos da oposição têm minado os esforços para se alcançar uma solução pacífica", afirmou.

O secretário de Estado americano, John Kerry, quer reunir governo e oposição sírios "o quanto antes", em Genebra, para a assinatura de um acordo de paz.

Em entrevista à DW, o enviado especial da ONU para a crise síria, Staffan de Mistura, diz que é necessário cautela para saber se os compromissos do acordo de cessar-fogo serão cumpridos. "A próxima semana será crucial", afirmou.

O plano definido em Munique também prevê a ampliação da ajuda humanitária, primeiro em áreas onde a necessidade é mais urgente, e, depois, a locais sitiados e de difícil acesso.

KG/rtr/afp