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As principais notícias sobre a pandemia (05/06)

6 de junho de 2020

Bolsonaro ameaça retirar Brasil da OMS. Conselho Científico da França declara que a epidemia está controlada no país. Organização Mundial de Saúde recomenda uso de máscaras de pano.

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Paris
"O vírus continua a circular, mas em velocidade reduzida", disse presidente do Conselho Científico da FrançaFoto: Getty Images/AFP/P. Lopez

Resumo desta sexta-feira (05/06):

  • Mundo tem mais de 6,6 milhões de casos, mais de 391 mil mortes e 2,8 milhões de recuperados da covid-19
  • Brasil tem 614.941 casos confirmados, 34.021 mortes e 254.963 pacientes recuperados
  • Índia tem recorde de novos casos de covid-19
  • Bélgica tem 140 novos casos em um dia
  • Lufthansa deixa de integrar índice Dax
  • Epidemia está controlada na França, anuncia conselho

Transmissão encerrada. As atualizações estão no horário de Brasília:

20:10 – Bolsonaro ameaça retirar Brasil da OMS

Seguindo o presidente americano, Donald Trump, Jair Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil da Organização Mundial de Saúde (OMS) e acusou agência de agir de forma política.

"Adianto aqui, os Estados Unidos saiu (sic) da OMS, a gente estuda no futuro, ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou a gente sai de lá também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro", disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.

No final de maio, Trump rompeu os laços do país com a OMS. Ele justificou a decisão alegando que a agência fracassou ao lidar com a pandemia de covid-19 e se baseou demasiadamente em informações fornecidas pela Chína, país onde surgiu o novo coronavírus.

O presidente evitou, porém, comentar a declaração de Trump sobre o Brasil ser um mau exemplo no combate à covid-19. Ao ser questionado sobre a fala, Bolsonaro teceu elogios a Trump e disse que o americano era "amigo" e "irmão".

"Falei com ele essa semana. Tivemos uma conversa maravilhosa. Um abraço Trump. O Brasil quer cada vez mais aprofundar o nosso relacionamento. Torço para que seja reeleito. Trump, aquele abraço", desconversou Bolsonaro.

19:53 – OMS pede desculpa por controvérsias em pesquisas sobre a hidroxicloroquina

O diretor-executivo para Emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mike Ryan, pediu desculpas, em nome da agência, pela controvérsia gerada por causa do posicionamento perante pesquisas sobre a eficácia da hidroxicloroquina e da cloroquina, usadas contra malária, no tratamento da covid-19.

"Pedimos desculpas coletivamente pela imagem de confusão que os estudos podem dar, mas é preciso seguir evidências científicas e garantir que as pessoas que entram nestes testes clínicos o façam de forma segura, que se dê prioridade ao bem-estar delas", explicou o representante da OMS, em entrevista coletiva.

Ryan deu a declaração no mesmo dia em que a Universidade de Oxford anunciou o fim das pesquisas com hidroxicloroquina em pacientes britânicos, ao determinar que não produzia benefícios visíveis nos tratamentos.

A OMS, por sua vez, havia interrompido na semana passada os estudos que conduzia, depois que um estudo publicado pela revista científica The Lancet apontou para o aumento do índice de mortalidade em pacientes que eram submetidos à terapia com o medicamento.

A agência, no entanto, retomou as atividades de pesquisa, depois que o estudo foi colocado em dúvida e que uma análise interna não comprovou o risco.

A chefe de estudos científicos da OMS, Soumya Swaminathan, explicou ainda que os dados contraditórios em pesquisas paralelas sobre um mesmo medicamento ou tratamento é algo normal.

No caso da hidroxicloroquina, no entanto, a representante da organização aponta que se trata de um assunto que está sendo acompanhado mais de perto pela opinião pública, devido a pandemia da covid-19. "É um processo científico habitual, obter diferentes resultados, em diferentes testes. A comunidade científica, normalmente, requer mais de um teste para confirmar os efeitos", disse.

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Cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina são empregados há décadas contra a maláriaFoto: Getty Images/AFP/G. Julien

19:00 – Reabertura precoce no Brasil deve gerar explosão de novos casos de covid-19

O Brasil se tornou na quinta-feira (04/06) o terceiro no mundo em vítimas fatais totais, ultrapassando a Itália, com 34.021 mortes. A marca foi superada cem dias após a detecção do primeiro caso de coronavírus no país.

Também houve renovação do recorde diário de óbitos: 1.479 vidas a menos em 24 horas – uma por minuto. Os números, no entanto, são provavelmente bem mais altos, por causa da subnotificação e falta de capacidade para realizar mais testes.

Mesmo com esse crescimento dos casos e de mortes, sem que o pico tenha sido superado e com a maior parte dos estados com níveis de contágio elevados, alguns governadores e prefeitos começaram a relaxar medidas de restrição de isolamento social.

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18:30 – Nova York pede cautela em protestos

O estado de Nova York anunciou 42 mortes por covid-19 registradas nas últimas 24 horas, o menor número diário registrado. Autoridades atribuíram a redução ao comportamento da população, mas pediram cautela em meio aos grandes protestos contra a violência policial e o racismo.

Em entrevista coletiva, o governador Andrew Cuomo reportou dez mortes a menos do que na quinta-feira. O número de internações também continua caindo, enquanto praticamente todo o estado já reabriu e três regiões entram nesta semana na segunda fase de relaxamento da quarentena.

"De 800 mortes para 42, em oito semanas. Incrível. Como isso foi feito? Não fiz nada: a população do estado mudou radicalmente de comportamento. Olhem o progresso. O número mais baixo de internações até o momento", declarou.

A cidade de Nova York reportou um aumento nas internações diárias, para 84, segundo informou o prefeito Bill de Blasio, que se negou a vincular o número com os protestos, mas pediu para que os manifestantes protestem sem correr riscos em multidões.

"Não vemos evidência de que (o aumento de internações) esteja relacionado com o ocorrido na semana passada, seria necessário esperar a semana que vem, uns dez dias", explicou.

A cidade, que ontem teve o primeiro dia sem mortes por coronavírus, se prepara para reabrir a economia na próxima segunda-feira. A 'Big Apple' é a última região do estado a cumprir os requisitos necessários para a retomada das atividades.

17:40 – OMS recomenda uso de máscaras de pano

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou nesta sexta-feira o uso de máscaras de pano em locais públicos onde é difícil manter uma distância mínima de dois metros, como no transporte público. As novas recomendações tiveram por base a "revisão de estudos" científicos e a "consulta de especialistas", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

As máscaras recomendadas para o público em geral são as de tecido, que precisam cumprir com certas condições para, realmente, levar proteção ao usuário e a outras pessoas. A nova recomendação apontou que todas as máscaras de tecido têm a mesma qualidade de filtragem, um dos fatores determinantes para que seja considerada efetiva.

Os materiais a serem considerados na fabricação eficaz são o polipropileno, o algodão e o poliéster. Celulose e a seda, por sua vez, são a última alternativa.

April Beller, do Departamento de Emergências da OMS, explicou que estudos das universidades de Stanford e Colorado, ambas nos Estados Unidos, apontaram os materiais que podem servir como barreira para as gotículas que são expelidas no momento de tosse ou espirros.

"Se eu estou infectada ou tossindo, tudo entra na máscara e não sai pelo outro lado. Assim, é uma maneira de proteger o restante das pessoas", disse. "A distância é a melhor prevenção que existe, mas se não for possível, porque o tecido? Porque as máscaras cirúrgicas devem ser guardadas para os funcionários de saúde", acrescentou Beller.

Ainda de acordo com a especialista, o ideal é combinar diferentes tipos de tecidos, formando três camadas, utilizando o material mais absorvente, por exemplo, o algodão, mais perto da boca, já que as gotículas da tosse ou do espirro ficariam ali, impedindo a contaminação de outras pessoas.

Por fora, deve estar o material que mais repele a água, como o poliéster, enquanto no meio ficar o polipropileno, que é o material com que se fazem as máscaras cirúrgicas.

A OMS também deu orientações para o uso e a limpeza das máscaras, como por exemplo, proceder a desinfecção das mãos antes de colocá-las. Caso o uso seja por período curto, como em uma viagem de ônibus, ela pode ser guardada em uma sacola plástica, para voltar a ser utilizada posteriormente.

O recomendável é lavá-la todos os dias, idealmente a 60ºC. Caso não seja possível, à mão, com água, deixando-as por um minuto no cloro, antes de enxaguá-las bem.

Outro alerta é que não devem estar muito esticadas, pois perdem efetividade. É preciso que cubram nariz, boca e queixo e estejam bem firmes no rosto dos dois lados.

A utilização da máscara deve ser acompanhada por outras medidas, como a higienização das mãos e o distanciamento social. Ghebreyesus assinalou que as máscaras são "úteis" e fazem "parte de uma estratégia mais abrangente", que inclui a identificação de casos e quarentena de infectados e pessoas que tiveram contato com eles.

Mulher com máscara de pano
Segundo, OMS ideal é combinar diferentes tipos de tecidos, formando três camadasFoto: Reuters/A. Sotunde

14:10 – Trump cita Brasil como exemplo negativo de combate à covid-19

Ao defender a estratégia dos Estados Unidos no combate à covid-19, o presidente americano, Donald Trump, citou como um mau exemplo o caminho adotado pelo Brasil e as dificuldades que o país está enfrentando com a pandemia.

Durante numa coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump afirmou que "o fechamento" adotada pelos EUA foi responsável por salvar milhões de vidas e que caso o país tivesse seguido a estratégia de imunidade de rebanho – deixando simplesmente o patógeno se espalhar para que a população adquira imunidade à doença – o número de mortos poderia ser "pelo menos dez vezes maior" do que o balanço atual de 108.664 óbitos.

Essa estratégia de "imunidade de rebanho" é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo. No país, as quarentenas realizadas partiram até o momento de governos estaduais e municipais.

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13:00 – Morre Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES

O economista e ex-presidente Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Carlos Lessa morreu nesta sexta-feira aos 83 anos em decorrência da covid-19. Lessa enfrentava problemas pulmonares desde meados do ano passado e foi internado no início desta semana com o novo coronavírus.

Nascido no Rio de Janeiro, Lessa se formou em economia pela universidade que se tornaria a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fez doutorado em Ciências Humanas na Unicamp.

Em sua carreira acadêmica, ganhou destaque na corrente desenvolvimentista do pensamento econômico. Além de ter sido professor no Instituto Rio Branco do Itamaraty, deu aulas em diversas universidades, como a Universidade do Chile e a Unicamp, e em 2002 foi nomeado reitor da UFRJ.

Indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lessa se tornou presidente do BNDES em 2003, cargo que ocupou até novembro de 2004.

12:00 – Como o governo vem reduzindo a transparência de dados sobre a covid-19

O Brasil vem registrando um aumento dramático no número de mortes e novos casos de covid-19, a um ritmo que já supera mil óbitos por dia. Já são 34.021 mortes e quase 615 mil infecções pelo novo coronavírus. Mas quem acompanha como o Ministério da Saúde vem divulgando esses dados pode ter a impressão que a situação no país não poderia estar mais calma.

Cabe à pasta consolidar e divulgar os dados fornecidos pelas secretarias estaduais sobre o avanço da pandemia. Mas, a partir do início de maio, na medida em que os impactos da doença se intensificaram, o ministério passou a dar menos destaque para as mortes e novos casos.

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10:15 – Morte de jovem preso supostamente por não usar máscara causa indignação no México

Protestos pela morte de um jovem sob custódia policial, detido supostamente por descumprir normas para evitar a disseminação do novo coronavírus, terminaram em violência nesta quinta-feira (04/06) na cidade de Guadalajara, no México.

Dezenas de pessoas saíram às ruas pedindo justiça para Giovanni López, de 30 anos, que morreu no início de maio na localidade de Ixtlahuacán de los Membrillos, a 40 quilômetros de Guadalajara, no oeste do país. Houve confrontos entre manifestantes e policiais.

O caso, denunciado pelos familiares de López apenas nesta semana, teve enorme repercussão nas redes sociais. O rapaz, que trabalhava na construção civil, foi preso no dia 4 de maio, supostamente, por não usar máscara de proteção enquanto transitava pela rua. Um vídeo divulgado na internet mostra que o jovem, foi detido de forma violenta, diante de familiares, por dezenas de policiais, que o levaram a uma delegacia.

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09:20 – Índia tem recorde de novos casos de covid-19

A Índia registrou outro recorde de novos casos de coronavírus, com mais de 9.800 nas últimas 24 horas, período em que se contabilizaram 270 mortes, comunicou o Ministério da Saúde. O total chegou a 226.770 casos, com 6.348 mortes, na contagem desde o início da pandemia. O Ministério afirmou que a taxa de recuperação de pacientes com coronavírus é de cerca de 48%.

09:16 – Bélgica tem 140 novos casos em um dia

A Bélgica registou nas últimas 24 horas 140 novos casos de covid-19, e a taxa de transmissão subiu para 0,81, mas a circulação do coronavírus apresenta uma tendência de queda, segundo dados oficiais.

Segundo o boletim epidemiológico desta sexta-feira, a taxa de transmissão (R) foi de 0,81 entre os dias 29 de maio e 4 de junho, tendo aumentado face aos 0,73 de entre 22 e 28 de maio.

A Bélgica está em desconfinamento por fases e se prepara para entrar na segunda-feira na terceira fase, com a abertura de restaurantes, bares, ginásios e locais de culto, entre outras medidas.

Nas últimas 24 horas, foram registadas 140 novas contaminações pelo coronavírus SARS-CoV-2, depois de vários dias em que não passaram das dezenas, uma subida de 58 face à quinta-feira, para um total de 58.907.

O boletim dá ainda conta de 29 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, uma a mais do que na véspera, totalizando 9.566 desde o início da pandemia, em fevereiro.

09:10 – Lufthansa deixa de integrar índice Dax

Após o preço das ações da Lufthansa entrar em colapso em decorrência da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, a companhia aérea perdeu seu lugar no Dax, o principal índice de referência da Bolsa de Frankfurt, do qual fazia parte há quase 32 anos.

Para integrar o grupo das 30 empresas que compõem o Dax, são decisivos o volume de negócios na bolsa e o valor de mercado das companhias. Pertencer ao Dax é uma questão de prestígio. O indicador é a figura de proa da economia alemã, especialmente importante para investidores internacionais. 

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04:59 – Epidemia está controlada na França, anuncia conselho

O presidente do Conselho Científico da França, Jean-François Delfraissy, declarou nesta sexta-feira que a epidemia de covid-19 está controlada no país.

"O vírus continua a circular, em particular em certas regiões, mas circula em velocidade reduzida", disse Delfraissy à radio France Inter. "Se antes tínhamos dezenas de milhares de casos, cerca de 80 mil novos casos por dia no início de março, antes do confinamento, agora temos cerca de mil casos aproximadamente", estimou.

Mas cientistas franceses alertaram para os perigos de uma segunda onda do novo coronavírus no país. O risco é "extremamente elevado", disseram, argumentando que o número de pessoas suscetíveis ao contágio permanece alto, com baixa percentagem de imunizados.

Os autores do estudo, elaborado por investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrícola e Ambiental (INRAE) e publicado na revista Frontiers in medicine, aconselham prudência no desconfinamento e sublinham a importância de manter a distância social e as medidas de higiene.

00:00 – Brasil ultrapassa Itália e é terceiro país com mais mortes por covid-19

Exatos cem dias após o primeiro caso registrado, o Brasil ultrapassou nesta quinta-feira (04/06) a Itália e tornou-se o terceiro país com mais mortes pela covid-19, após atingir um novo recorde diário de 1.473 óbitos nas últimas 24 horas, segundo os dados do Ministério da Saúde.

No total, o Brasil contabiliza 34.021 mortes e 614.941 casos confirmados, entre os quais 254.963 já recuperados e 325.957 ainda sob acompanhamento médico.

Tendo em conta os dados desta quinta-feira, a covid-19 já mata mais de um brasileiro por minuto. Especialistas da área de saúde afirmam, porém, que os números reais devem ser bem maiores devido à falta de testes.

Do total de infectados, 30.925 foram registados nas últimas 24 horas, comunicou na noite de quinta-feira o Ministério da Saúde, com três horas de atraso em relação ao horário normal de divulgação.

Em relação ao número de mortes, o Brasil está apenas atrás dos Estados Unidos (108.211) e do Reino Unido (39.987). O país ocupa a segunda posição mundial no número de casos diagnosticados, segundo a Universidade Johns Hopkins.

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Resumo desta quinta-feira (04/06):

  • Nível de disseminação do coronavírus na Alemanha permanece baixo
  • Governo alemão anuncia pacote de estímulo de 130 bilhões de euros
  • BCE amplia programa de emergência pós-pandemia
  • Autores pedem retratação de estudo sobre cloroquina
  • Continente americano ultrapassa marca de 3 milhões de casos

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