As invenções de Jacques Cousteau
Ninguém conseguiu inspirar tantas pessoas para o mundo dos oceanos como o documentarista, cineasta e oceanógrafo Jacques Cousteau a bordo do Calypso. Para isso, inventou uma série de coisas.
Facilitar o mergulho
O pioneiro dos mergulhos submarinos Jacques-Yves Cousteau em 1973 ao lado de um escafandro histórico. No lançamento de sua Sociedade para o Estudo e a Proteção dos Mares, ele foi premiado com uma medalha. Cousteau contribuiu muito para facilitar a mobilidade dos mergulhadores, que passaram a se movimentar mais parecidos com um peixe do que como um cavaleiro com armadura de aço.
Rádio embaixo d'água
Usando um aparelho de ar comprimido, em 1963, Cousteau atingiu o fundo do Mar Vermelho, acompanhando seu submarino de pesquisas. Já naquela época, ele tinha contato com a embarcação por meio de rádio. Mas ainda faltava algo importante: o compensador de flutuabilidade, ou seja, uma câmara que pode ser preenchida com ar para flutuar sobre o chão e assim não levantar sedimentos ou danificar corais.
Regulador de mergulho
O regulador de mergulho desenvolvido para Cousteau pelo engenheiro Emile Gagnan tinha só um nível de redução de pressão. A desvantagem: a pressão do ar respirado é a mesma junto à válvula do cilindro. Ao mergulhar de cabeça para baixo, era preciso sugar ar ativamente. Pulando de pé na água, era preciso soprar a cada respirada. Assim, o ar saía por trás da cabeça, o que é bom para fazer filmagens.
O submarino de pesquisas
Parecia uma nave dos filmes de ficção científica. Em 1959, Cousteau apresentou seu submarino de pesquisas no Congresso Internacional de Oceanografia, em Nova York. O próprio Cousteau desenvolveu a tecnologia para fazer suas filmagens embaixo da água, como uma câmera especial e iluminação.
Removedor de minas
O Calypso foi um presente da cervejaria irlandesa Guinness ao explorador submarino. Ele foi equipado com um heliporto e adaptou os sistemas de guindaste para serem usados nos submarinos, câmaras de mergulho, gaiolas de tubarão e botes. Em seu interior havia pouco espaço para os trabalhos de laboratório. O navio tinha um set permanente de filmagem, onde Cousteau fez mais de cem filmes.
Trimarã submarino
Esta geringonça foi chamada Philippe, que era o nome do filho de Cousteau. O trimarã foi lançado ao mar em 1980 no porto de Cap d'Agde, no sul da França. O submarino podia transportar oito pessoas e foi projetado para ser uma espécie de ônibus turístico submarino.
Morar embaixo d'água
Cousteau apresenta a base submarina Precontinent 3, onde mergulhadores podiam pernoitar. Por trás dele há um princípio hoje particularmente importante para mergulhadores profissionais ou pessoas que trabalham em túneis: eles trabalham longos períodos sob pressão mais alta.
Narcose por nitrogênio
Nas pessoas submetidas a ambientes com alta pressão, forma-se nitrogênio saturado no sangue. Se o mergulhador subir à superfície muito rapidamente, essas bolhas tendem a esvair, como dióxido de carbono na água com gás. Portanto, mergulhadores que ficaram nas profundezas por muito tempo têm de subir muito lentamente. Muitas vezes é mais prático se restabelecer em cápsulas embaixo d'água.
Sino de imersão
Este é um dos precursores do sino de imersão, no entanto sem a possibilidade de pernoite. Ele fica próximo do fundo do mar. Os mergulhadores podem entrar nele por baixo e esperar algumas horas até diminuir a concentração de nitrogênio no sangue e poderem subir novamente sem perigo à superfície.
Resquícios do passado
Esta armação tubular já foi uma gaiola de tubarão usada por Cousteau para fazer experimentos no Mar Vermelho. Hoje, ele repousa no fundo do mar como relíquia arqueológica de técnicas de mergulho das últimas décadas.
Turismo submarino
Em costas onde existem muitos tubarões perigosos, como este, há empresas que oferecem a possibilidade de ver os animais de perto em gaiolas. Alguns usam iscas para atraí-los. Os mergulhadores esportivos desaprovam e consideram isso ilegal.
Os animais de perto
Mas também é possível aproximar-se de animais de outra maneira. Usando camuflagem, por exemplo, como esta, de hipopótamo, desenvolvida pela equipe de Cousteau para fazer filmagens.
Veículos de propulsão
Já em 1956, Cousteau experimentava com veículos de propulsão embaixo d'água. Nesta foto, tirada no Calypso em Cannes, aparecem a atriz Edith Zetline, Cousteau, Albert Falco, da equipe de Coustrau, e as atrizes Isabelle Corey e Bella Darvi.
Como um peixe
Ao contrário dos primeiros escafandros, hoje, os equipamentos de mergulho são muito mais leves e têm baterias e motores mais potentes. Assim, os mergulhadores podem apreciar as belezas dos mares de forma mais descontraída.
O sonho
Assim seria o sucessor do Calypso, com uma vela inovadora ajudando na propulsão. Mas o sonho nem se concretizou. O Calypso original afundou em janeiro de 1996, após um acidente em Cingapura. Jacques-Yves Cousteau morreu em 25 de junho de 1997, aos 87 anos de idade. Seu primeiro navio está sendo restaurado na Turquia e será usado como embaixador da proteção ambiental.