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Arábia Saudita detém duas ativistas de direitos das mulheres

2 de agosto de 2018

Samar Badawi, irmã do blogueiro Raif Badawi, é uma das detidas. Prisões contradizem imagem progressista que o governo deseja passar com reformas para a modernização da sociedade.

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Samar Badawi
Samar Badawi é irmã do blogueiro Raif Badawi, que está preso desde 2012Foto: privat

Numa nova onda de repressão contra ativistas, clérigos e jornalistas, a Arábia Saudita prendeu duas ativistas de direitos das mulheres, anunciou nesta quarta-feira (01/08) a ONG Human Rights Watch (HRW). Entre as detidas está Samar Badawi, a irmã do blogueiro Raif Badawi, que está preso desde 2012.

Desde maio, mais de dez ativistas foram presas no país. A maioria delas fazia campanha pelo direito feminino de dirigir e pelo fim do sistema de guarda masculino, que obriga mulheres a obter o consentimento de um parente do sexo masculino para a maioria das suas decisões.

Badawi recebeu em 2012 um prêmio internacional dos Estados Unidos de coragem civil por sua luta para mudar o sistema de guarda masculino. A ativista também foi uma das primeiras mulheres que assinou uma petição pedindo ao governo que permitisse que mulheres dirigissem e votassem.

Além dela, a ativista Nassima al-Sadah, que defende temas semelhantes aos de Badawi, também foi detida. O governo não comentou as prisões.

"As prisões de Samar Badawi e Nassima al-Sadah são um sinal de que as autoridades sauditas veem qualquer dissidência pacífica, seja no passado ou no presente, como uma ameaça ao seu governo autocrático", afirmou Sarah Leah Whitson, diretora da HRW para o Oriente Médio.

Whitson destacou que Badawi é alvo das autoridades sauditas há anos. Além de defender os direitos das mulheres, a ativista fez campanha para a libertação de seu ex-marido e de seu irmão, que foi condenado a dez anos de prisão, mil chicotadas e uma multa em 1 milhão de riais sauditas (aproximadamente 1,33 milhão de reais) por supostamente ter insultado o islã num fórum online que criou para sauditas liberais.

As recentes prisões contradizem a imagem progressista que o governo deseja passar com as reformas para a modernização da sociedade saudita liderada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. 

Nos últimos dois anos, o dirigente reduziu as restrições da segregação por gênero e a proibição de presença feminina em shows, além de reabrir os cinemas no país. No início de junho, a Arábia Saudita também aprovou um projeto de lei que criminaliza o assédio sexual e permitiu às mulheres dirigir.

Apesar da aparente abertura, em maio, o governo prendeu mais de 15 ativistas de direitos humanos, muitos deles identificados como defensores do direito feminino de dirigir. Os detidos foram acusados de minar a segurança do país.

CN/rtr/afp

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