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Após acordo de cessar-fogo, comboio parte para Mariupol

31 de março de 2022

Iniciativa visa permitir acesso de ajuda humanitária e retirada de civis da cidade sitiada, onde dezenas de milhares sofrem com a falta de recursos básicos após semanas de intensos bombardeios pela Rússia.

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Mariupol está praticamente destruída, após semanas de ataques russos à cidade
Mariupol está praticamente destruída, após semanas de ataques russos à cidadeFoto: Alexander Ermochenko/REUTERS

Um comboio de vários ônibus foi enviado para Mariupol nesta quinta-feira (31/03), em mais uma tentativa de retirar pessoas da cidade sitiada no sudeste da Ucrânia, alvo de fortes bombardeios russos nas últimas semanas.

Depois de o Exército russo concordar com a implementação de um cessar-fogo temporário na região, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) informou que um comboio de ajuda humanitária e medicamentos.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, afirmou que 45 ônibus estavam a caminho de Mariupol, vindos da cidade de Zaporíjia, a cerca de 200 quilômetros de distância, através de Berdyansk, que está sob controle dos russos.

"Fazemos todo o possível para assegurar que os ônibus cheguem a Mariupol para apanhar as pessoas que ainda não conseguiram deixar a cidade", informou.

"Nossas forças militares garantem um cessar-fogo completo", disse Vereshchuk. Ela disse que um corredor de ajuda humanitária foi criado para retirar pessoas das áreas de Melitopol e Enerhodar, a oeste de Mariupol.

Segundo a Cruz Vermelha, a evacuação deve ocorrer nesta sexta-feira, se a partes envolvidas garantirem passagem segura. "É desesperadamente importante que essa operação ocorra. A vida de dezenas de milhares de pessoas em Mariupol depende disso", afirmou a porta voz-do ICRC, Ewa Watson.

Escassez de recursos essenciais

Mariupol está em ruínas após quatro semanas de incessantes bombardeios. O cerco imposto pelas forças russas deixou milhares de pessoas sem alimentos, água ou eletricidade.

População em Mariupol sofre com falta de alimentos, medicamentos e aquecimento, em meio ao cerco das tropas russas
População em Mariupol sofre com falta de alimentos, medicamentos e aquecimento, em meio ao cerco das tropas russasFoto: ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS

Tentativas anteriores de levar ajuda humanitária até o local fracassaram, e os civis que conseguiram escapar puderam fazê-lo somente em automóveis particulares.

Segundo autoridades ucranianas, mais de 100 mil pessoas ainda estão na cidade, de população de 440 mil.

Forças russas ainda bombardeavam subúrbios de Mariupol recentemente reconquistados por tropas ucranianas.

Os novos ataques, em uma área onde Moscou havia prometido aliviar os bombardeios, podem gerar novos entraves às negociações de paz entre os dois países, que ocorrem em Istambul, na Turquia.

Segundo dados da ONU, já são cerca de 1,2 mil mortes confirmadas de civis – embora o número verdadeiro deva ser bem maior – e outras quatro milhões de pessoas já deixaram o país.

Manobras russas sob suspeita

O Ministério russo da Defesa afirmou que suas tropas e as forças separatistas aliadas a Moscou avançaram vários quilômetros nas áreas onde se localizam Donsetsk e Lugansk, na regiao de Donbass

O Kremlin informou a redução de suas atividades militares nas proximidades de Kiev, no intuito de "completar a operação da total libertação de Donbass". Essas manobras, porém, são vistas com ceticismo na Europa e nos Estados Unidos.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que as tropas russas não estariam em retirada, mas sim, se reposicionando. Ele avalia que mesmo se a Rússia tiver a intenção de reforçar a ofensiva em Donbass, os ataques a Kiev e outras cidades serão mantidos.

rc (Reuters, DPA, AP)