Animais no cinema: a vida após o estrelato
Sejam em carne e osso ou em filmes animados, animais como protagonistas no cinema causam dor de cabeça a sociedades protetoras e ambientalistas. Veja por quê.
Cuidado, Dory!
O filme "Procurando Dory" mal estreou na Alemanha e já causa preocupação aos ambientalistas. Eles temem que aumente o interesse pela compra do Paracanthus hepatus, a espécie de peixe de Dory. O problema é que para apanhar o peixinho tropical é usado cianeto, e, segundo especialistas, metade dos peixes capturados morre por causa disso. Também os recifes de coral sofrem com o veneno.
Nemo em perigo
O filme "Procurando Nemo" causou um aumento da procura por peixes-palhaço. As lojas mal conseguiam dar conta da demanda, resultando em sobrepesca e danos aos recifes de corais. Hoje em dia, a Fundação de Conservação Salve Nemo trabalha pela proteção dos belos peixes-palhaço.
Todos queriam Lassie
O fenômeno é antigo. Já o primeiro filme com o cachorro Lassie, "A força do coração", de 1943, impulsionou a demanda por cães da raça escocesa rough collie. Nos Estados Unidos, por exemplo, em pouco tempo nasceram 40% mais exemplares dessa raça. E esse entusiasmo durou mais de dez anos.
Efeito dálmata
O mesmo aconteceu com outras raças raninas. Depois do filme "101 dálmatas", eles viraram moda. Para atender à demanda, muitos criadores não atentaram para a tendência de surdez entre os cachorros dessa raça. E também que o dálmata precisa se movimentar muito. Nem todos os que compraram um animal dessa raça se informaram a tempo sobre essas peculiaridades.
Charme cativante
E com o filme "Beethoven" o fenômeno foi o mesmo. Depois da estreia nos cinemas alemães, em 1992, aumentou acentuadamente o interesse por animais da raça São-bernardo, natural dos Alpes suíços.
Olhar irresistível
O enorme sucesso da série "Game of Thrones" preocupa defensores de animais, devido à alta demanda por cães das raças husky e também inuit do norte, muito parecidos com lobos. Isso se repetiu com a série de histórias sobre vampiros "Twilight", em que os lobos desempenham um papel importante. O número de huskys devolvidos pelos donos entre 2008 e 2013 aumentou 420%.
Mini, mas não tanto
Cachorros e peixes não são as únicas vítmas do estrelato. Também os leitõezinhos rosados apaixonaram as multidões, após "Babe, o porquinho atrapalhado" estrear nos cinemas em 1995. Muitos miniporcos foram comprados, embora não seja tão fácil tê-los como animais de estimação. O prefixo "mini" não garante que eles fiquem eternamente pequenos, nem evita que um dia cheguem a 100 quilos.
Liberdade para as orcas
Keiko, do filme "Free Willy", não deslanchou uma onda de adoções de orcas, mas seus fãs lhe prestaram um outro tributo, doando milhares de dólares para sua libertação. Após longo tempo de cativeiro, seu treinador passou dois anos preparando Keiko para a vida em liberdade.
Amigos até a morte
Mas Keiko não conseguiu se integrar em seu novo mundo. Talvez não fosse humano o suficiente. Desde os dois anos, o melhor amigo da orca era o ser humano, e ela preferiu o cativeiro à liberdade, os peixes congelados aos frescos. Aos 26 anos, Keiko morreu de pneumonia, no mar, mas cercado por seus maiores fãs: os seres humanos.