Alemanha teme interferência russa nas eleições de 2017
16 de novembro de 2016O Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV, serviço de inteligência interna) expressou receios de que a Rússia possa interferir nas eleições do país no ano que vem.
A Alemanha tem acusado Moscou de tentar manipular a mídia alemã ao criar um clima de ansiedade em relação a questões como a crise de refugiados e de enfraquecer a confiança da população no governo da chanceler Angela Merkel, além de criar divisões dentro da União Europeia para que o bloco retire as sanções impostas contra a Rússia.
Leia a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha em 2017
O presidente do BfV, Hans-Georg-Maassen, citou o caso de uma jovem de ascendência russo-alemã no ano passado, que a mídia russa disse ter sido sequestrada e estuprada por imigrantes em Berlim – uma informação que depois foi refutada pelas autoridades alemãs.
"Isso pode acontecer de novo no ano que vem, e estamos alarmados", disse Maassen. "Temos a impressão de que isso faz parte de uma ameaça híbrida, que busca influenciar a opinião pública e o processo de tomada de decisões."
Ele salientou ainda a importância de trazer essas supostas campanhas à tona. "Quando as pessoas se dão conta de que a informação que elas recebem não é verdadeira, mas sim propaganda e desinformação, então as mentiras tóxicas perdem sua eficácia."
Questionado pela agência de notícias Reuters a respeito das declarações, o Kremlin não se pronunciou.
Autoridades da Inteligência alemã salientam o apoio russo a partidos eurocéticos e anti-imigração na Alemanha e na Europa. Na semana passada, Merkel disse que não pode descartar uma interferência russa nas eleições de 2017 por meio de ataques cibernéticos e campanhas de desinformação.
Às vésperas das eleições presidenciais nos Estados Unidos, autoridades de inteligência americanas também alertaram para uma tentativa, apoiada por Moscou, de minar a credibilidade do pleito. Os serviços de inteligência franceses também já apontaram a possibilidade de uma intervenção russa na campanha eleitoral de 2017 na França.
IP/rtr