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Alemanha procura sua primeira astronauta

8 de março de 2016

Onze alemães já estiveram no espaço: todos homens. Uma iniciativa apoiada pelo Centro Aeroespacial Alemão quer mudar isso e enviar a primeira mulher alemã para a ISS.

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Foto: picture-alliance/dpa/A. Gerst

Uma iniciativa privada quer enviar a primeira alemã à estação espacial ISS. As inscrições podem ser feitas até 30 de abril e estão sendo coordenadas pela HE Space, uma agência de recursos humanos que seleciona principalmente engenheiros para a ISS.

A iniciativa tem o apoio de diversas entidades, como o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). A chefe da DLR, Pascale Ehrenfreund, afirma que a iniciativa pode estimular meninas a se interessarem por áreas tradicionalmente escolhidas por meninos, como matemática, informática, química e física.

Até agora, 11 astronautas alemães participaram de viagens espaciais. "A 12ª pessoa da Alemanha no espaço tem de ser uma mulher", afirmou a chefe da HE Space, Claudia Kessler.

"Conheci engenheiras superespecializadas e qualificadas que querem ser astronautas", disse Kessler, ao lançar a iniciativa. O último alemão no espaço foi o geofísico Alexander Gerst, da Agência Espacial Europeia (ESA), em 2014. Mas, segundo Kessler, garotas precisam de exemplos femininos para se interessarem por ciências naturais.

Russland Kosmonautin Valentina Tereschkowa
Russa Valentina Tereshkova foi a primeira mulher no espaço, em 1963Foto: imago/ITAR-TASS

Para se candidatar, é preciso ser formada em ciências naturais ou medicina, ter experiência profissional de três anos e absolver testes psicológicos e medicinais. Praticar esportes, gostar de aventuras e hobbys como escalar montanhas ou pilotar aviões, são importantes.

Em outubro serão anunciadas as duas finalistas, que, após o treinamento de 1 ano e meio na Rússia, estarão prontas para partir para a ISS antes de 2020 – só uma delas, porém, fará a viagem.

Por se tratar de uma iniciativa privada, o problema é o financiamento. Os custos são estimados em 40 milhões de euros. O dinheiro será arrecadado através de patrocínios e crowdfunding.

Missões europeias mistas

Desde 1988, a Agência Espacial Europeia tem equipes de astronautas com homens e mulheres. Desde 1999, mantém-se em 15% a relação de candidatas femininas e astronautas, explicou o belga Frank de Winne, ex-comandante da ISS. "Nossa seleção é justa. Não observamos o sexo dos candidatos, mas suas aptidões", disse.

Ele garante que as mulheres têm as mesmas chances que os homens. E do que elas são capazes foi provado pela italiana Samantha Cristoforetti, que estabeleceu o recorde feminino de permanência no espaço, com 195 dias. Mesmo assim, apenas uma entre seis astronautas é mulher.

Mulheres buscam oportunidades na indústria aeroespacial

A missão da primeira astronauta alemã no espaço também traria benefícios à medicina. Seriam analisadas, por exemplo, características específicas do corpo feminino na ausência de gravidade. "Existem muito poucos estudos sobre a fisiologia de astronautas mulheres", disse Hanns-Christian Gunga, diretor-executivo do Instituto de Fisiologia do Hospital Charité, de Berlim. A missão também ajudaria a descobrir como o sistema cardiovascular, os músculos e a temperatura corporal reagem às condições no espaço.

RW/dpa