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Alemanha alerta: COP26 não é "tudo ou nada"

30 de outubro de 2021

Governo alemão tenta minimizar expectativas antes da conferência global do clima e diz que combate ao aquecimento global é missão de longo prazo, e não de uma única reunião de cúpula.

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Enlgland | COP26 | internationaler Klimagipfel in Glasgow
Foto: Scott Heppell/AP Photo/picture alliance

A ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, alertou que não se deve esperar demais da COP26, a conferência internacional do clima que começa neste domingo (31/10) na Escócia. Segundo ela, a tarefa é complicada e importante demais para ser resolvida numa única reunião de cúpula.

A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Glasgow, é primeira após uma pausa de dois anos devido à pandemia. Especialistas, negociadores e ativistas pressionam para que, nesta edição, países anunciem metas mais ousadas de corte de emissão de gases de efeito estufa.

A atual meta, fixada no Acordo de Paris de 2015, é um compromisso não vinculativo alcançado entre os países para que, até o fim deste século, a temperatura média do planeta não aumente mais que 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais.

"Seria um erro esperar que as conferências climáticas mundiais possam salvar espontaneamente o mundo - o desafio é muito complexo para isso", disse Schulze à imprensa alemã, em entrevista divulgada neste sábado.

"As conferências climáticas não funcionam com base no princípio do tudo ou nada. Esta é uma corrida de longa distância na qual cada etapa tem seu significado. Glasgow não será Paris 2.0", disse a ministra.

Svenja Schulze é ministra do governo da chanceler federal Angela Merkel, uma política de centro-direita, mas é membro do Partido Social-Democrata (SPD), legenda de centro-esquerda que deve liderar o futuro governo da Alemanha.

Segundo Schulze, a proteção climática é uma prioridade mundial e também está no topo da agenda das negociações para a formação do governo na Alemanha.

O que está em jogo na COP26?

A cúpula anual, convocada pela ONU e adiada no ano passado por causa da pandemia de covid-19, é um lugar para diplomatas negociarem tratados para retardar mudanças perigosas no clima.

Em 2015, os países assinaram o Acordo de Paris – um pacto não vinculativo para limitar o aumento da temperatura a 2 ºC, de preferência para menos de 1,5 ºC, em relação à era pré-industrial. No entanto, países continuam queimando combustíveis fósseis e desmatando a taxas incompatíveis com esse objetivo.

Agora, com os efeitos visíveis das mudanças climáticas tanto em países ricos quanto nos pobres, os líderes se reúnem para o que os analistas esperam ser a conferência mais significativa desde a Conferência do Clima de Paris.

As mudanças climáticas têm dominado a agenda política em meio a extremos climáticos letais, a protestos em massa e, ainda, ao comprometimento de vários líderes mundiais com a descarbonização de suas economias até meados deste século.

A COP26 terá que lidar com uma matemática difícil. Os gases de efeito estufa lançados na atmosfera ainda levam a um aquecimento além do 1,5 ºC estipulado pelo Acordo de Paris. Todas as promessas de cortes de emissões feitas pelos 192 países que ratificaram o pacto levam o termômetro para uma elevação de pelo menos 2,7 °C neste século, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) publicado nesta semana.

rpr (dpa)