Alemães recuperam-se em clínica de Munique
27 de outubro de 2002Enquanto muitos reféns salvos dos terroristas no teatro em Moscou continuam internadas em estado grave nos hospitais da capital russa, aumentam as dúvidas sobre o gás usado para deixar os terroristas fora de combate.
A grande maioria das 117 vítimas fatais entre os reféns morreu intoxicada pelo gás, do qual as autoridades russas apenas admitem tratar-se de um anestésico. Também a política de informação de Moscou está sendo criticada, inclusive pelo exterior.
Alívio e ao mesmo tempo ceticismo
Já o chanceler federal alemão demonstrou alívio com o final do seqüestro na capital russa, que havia iniciado na quarta-feira (23). Ao mesmo tempo, Gerhard Schröder ressaltou que nenhum ato de terrorismo tem justificativa, referindo-se ao argumento dos terroristas, que exigiam a saída das tropas russas da Chechênia.
Para Joschka Fischer, ministro alemão do Exterior, "é mais urgente que nunca encontrar uma solução política para o conflito entre Moscou e Grozny". Da mesma forma manifestou-se o primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin.
Já o governo da Dinamarca, atualmente na presidência rotativa da União Européia, destacou o temor de que a guerra na Chechênia se torne ainda mais violenta.
Já na sexta-feira (25), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia deixado claro que não negociaria com os cerca de 50 rebeldes fortemente armados que ameaçavam explodir o teatro Dubrovka, onde estava em cartaz o musical Norte-Leste. Cerca de 750 pessoas, entre artistas e espectadores, haviam sido tomados reféns na noite de quarta-feira.
Líder rebelde foi morto
Vários reféns haviam sido soltos nos últimos dois dias, muitos dos quais crianças. O ultimato dado pelos terroristas para começarem a matar reféns expirou na madrugada deste sábado. Durante a madrugada, tropas especiais da polícia iniciaram a invasão, injetando gás nas dependências do teatro.
A operação de salvamento durou mais de uma hora. Cinqüenta rebeldes foram mortos, entre os quais seu líder, Movsar Barajev, anunciou o chefe do serviço russo de informações, Nikolai Patruschev.
Segundo o Ministério russo do Interior, foram mortas as 18 seqüestradoras, que traziam explosivos amarrados em seu corpo, e três rebeldes foram presos. O Ministério russo da Saúde informou na tarde deste domingo (27) que 117 reféns morreram, vários continuam hospitalizados, alguns em estado grave. Também reféns estrangeiros morreram na operação.