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EconomiaFrança

Air France e Airbus serão julgadas por voo Rio-Paris

12 de maio de 2021

Doze anos depois da tragédia, tribunal reverte decisão anterior e determina que empresas sejam julgadas por homicídio culposo pela morte das 228 pessoas a bordo do voo 447.

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Destroços do voo AF447 são recolhidos no Oceano Atlântico em 2009Foto: epa/dpa/picture alliance

A Corte de Apelações de Paris decidiu nesta quarta-feira (12/05) que as empresas Air France e Airbus deverão sentar no banco dos réus para responder à acusação de homicídio culposo na queda do voo Rio-Paris em que morreram 228 pessoas em 2009.

A decisão, que atende aos pedidos da Procuradoria-Geral e dos familiares das vítimas, invalida o arquivamento do caso pronunciado em 2019 pela Justiça francesa, ao fim de investigações.

A Airbus e a Air France afirmaram logo em seguida que vão recorrer à Corte de Cassação. Já os familiares das vítimas saudaram a notícia.

Em 1º de junho de 2009, um Airbus A330 da Air France que fazia a rota Rio-Paris (voo AF447), caiu no Oceano Atlântico. Todas as 228 pessoas a bordo morreram.

Em 2019, promotores de Paris solicitaram um processo contra a Air France e argumentaram que a empresa aérea agiu de forma negligente e imprudente na formação de seus pilotos.

Mas os juízes de instrução concluíram que as investigações "não conduziram à caracterização de uma falha culpável por parte da Airbus ou da Air France em relação a erros de pilotagem". Para eles, a queda se deveu a uma combinação de elementos que nunca havia ocorrido e que, portanto, criava riscos jamais conhecidos.

Familiares das vítimas recorreram à corte de apelação, e a Procuradoria-Geral foi além das exigências dos promotores de Paris ao solicitar que não só a Air France, mas também a Airbus fosse levada a tribunal.

Sem descartar o argumento da "causa direta imputável à tripulação", a Procuradoria-Geral considerou que é necessário buscar as causas indiretas da queda em erros cometidos pelas empresas: a Air France não teria oferecido a formação e as informações necessárias à tripulação e a Airbus teria subestimado a gravidade dos defeitos dos sensores de velocidade (tubos de Pitot) e não teria feito o suficiente para corrigir esses defeitos.

Em meses anteriores à tragédia haviam sido registrados vários incidentes com os tubos de Pitot, disseram investigadores.

Segundo os investigadores, o congelamento em voo dos sensores de velocidade alterou as medições de velocidade do Airbus A330, o que desorientou os pilotos durante a travessia noturna até eles perderem o controle do avião, em menos de quatro minutos.

as/lf (Efe, AFP, DPA)