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Ai Weiwei dedica música "Idiota" à "época em que a China está vivendo"

Yutong Su (mas)28 de maio de 2013

Canção fala sobre os dias que o artista passou na prisão, em 2011. Ela é um retrato da época atual na China, "a idade dos idiotas", diz Ai Weiwei em entrevista à Deutsche Welle.

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Foto: Reuters

Deutsche Welle: Parabéns! De artista você passou a estrela do rock. Por que você chamou seu primeiro single de Idiota?

Ai Weiwei: A China está vivendo na idade dos idiotas. Há muitos tipos de idiotas, incluindo a minha humilde pessoa. Alguns idiotas são inteligentes, outros são astutos, alguns infantis, uns são entediados. Essa música é dedicada a essa época atual na China.

A que exatamente você se refere?

Nos últimos anos, está sendo fortemente debatido na internet se a China vai mudar, e, se sim, como. Muitas pessoas tiveram que pagar com a sua liberdade pelo livre exercício da liberdade de expressão e pelos valores que defenderam. Essas pessoas enfrentam problemas de saúde. Como você sabe, as condições das prisões da China não são ideais. Espero que todos que curtirem minha música pensem nessas pessoas nas prisões.

Você não está necessariamente cantando belas palavras...

Se o vídeo é bonito ou não, isso eu deixo para os críticos. Eu me articulo através da arte e da música. Nós, seres humanos, temos órgãos e fazemos uso deles – essa é a lei da natureza. Eu não acho minha música bela. Ela contém muito sofrimento, muita dor e também muita raiva. Essas são emoções que não faltam na China.

A música é o caminho ideal para extravasar essa raiva?

Na verdade, não. Quero que a música reflita sua verdadeira natureza. A música não é resistência, a música é amor. Na minha música eu só falo de amor, de amor ao mundo e à humanidade, e de compreensão para com a nossa situação. Quem entende a música apenas como instrumento de resistência a subestima. A música pode ultrapassar os altos muros e se opor às mentiras e à brutalidade do regime autoritário.