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Adoção no foco da mídia alemã

(sv)22 de agosto de 2004

Depois que o chefe de governo alemão, Gerhard Schröder, e sua mulher adotaram uma menina russa de três anos, o assunto chegou às páginas dos jornais. No país, é bem mais fácil adotar crianças estrangeiras que alemãs.

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Adoção: longa espera e critérios rígidosFoto: BilderBox

Adotar uma criança estrangeira, como fizeram há pouco o chanceler federal alemão Gerhard Schröder e sua esposa, Doris Schröder-Köpf, é geralmente mais fácil e menos demorado que adotar uma criança alemã. Dentro do país, há "um número altíssimo de pais em lista de espera e muito poucas crianças a serem adotadas", afirma Wolfgang Weitzel, da Central Federal para Adoções de Crianças Estrangeiras, em Bonn. Para cada criança a ser adotada, há no país 13 famílias interessadas.

Idade não importa tanto? –

Na Alemanha, é de praxe verificar exatamente o perfil dos futuros pais adotivos. "Para nós o que mais importa não é a vontade de ter filhos do casal, mas a certeza de que a criança terá um lar e pais adequados." Entre os quesitos analisados, estão a moradia, a estabilidade do relacionamento do casal e a capacidade deste em lidar com situações de conflito.

Schröder droht mit Absage seines Italien-Urlaubs
Gerhard Schröder e sua mulher, Doris Schröder-KöpfFoto: dpa

A determinação de que a idade dos pais adotivos não deve ultrapassar os 40 anos não é um critério rígido – o que se pôde ver no caso do casal Schröder (60) e sua mulher (41). "Não será por causa da idade que uma adoção irá por água abaixo", completa Weitzel. Embora a mídia alemã nos últimos dias tenha registrado infindáveis depoimentos de casais, afirmando que na idade de Schröder jamais teriam conseguido o sim das autoridades em um processo de adoção.

Muitos casais optam por crianças estrangeiras em função da duração do processo, bem mais rápido que o que envolve crianças nascidas no país. Além disso, muitos pais adotivos alemães demonstram interesse em adotar crianças do Terceiro Mundo por razões "éticas e sociais". Nos casos de diplomatas e voluntários de ajuda ao desenvolvimento, por exemplo, é comum que a estada em algum país leve à idéia de adotar uma criança natural do lugar.

Sérios e não sérios –

Na Alemanha, há uma série de organizações voltadas para a mediação de processos de adoção. Todas, segundo Weitzel, devem demonstrar um "alto grau de seriedade". Mesmo assim, sabe-se que há uma série de organizações ilegais tentando viabilizar adoções. "São casos envolvendo principalmente crianças do Leste Europeu, nos quais a internet exerce um papel enorme na mediação", afirma Weitzel.

Estatísticas – O número de crianças adotadas na Alemanha diminuiu sensivelmente nos últimos dez anos. Em 2003, foram adotados no país 5330 crianças e adolescentes, 6% menos que no ano anterior. Dados que confirmam a tendência registrada na última década: desde 1993, o número de adoções na Alemanha diminuiu 39%.

Em 2003, as crianças estrangeiras adotadas no país vieram em sua maioria de outros países europeus, principalmente da Rússia (de onde vem a recém-adotada filha dos Schröder, Viktoria) e da Ucrânia. Em segundo lugar ficaram as crianças asiáticas e em terceiro as oriundas das Américas do Norte e Sul.