A arte de rua em Berlim
O espaço público de Berlim está repleto de manifestações artísticas, seja o clássico grafite ou algo mais inusitado, como murais gigantescos em fachadas. Embora nem tudo seja permitido, vale a pena conhecer.
Isso é arte ou vandalismo?
Não existe uma definição concreta para a arte de rua. Muitas vezes, as opiniões até divergem se isso é mesmo arte. No entanto, uma particularidade da arte de rua é que ela pode ser acessada gratuitamente no espaço público e ao ar livre. Em tempos de coronavírus, uma boa pedida.
East Side Gallery
Os mais marcantes são os "Murais", enormes pinturas em casas, paredes e muros, como aqui, num trecho que restou do Muro de Berlim. Os coloridos blocos de concreto da galeria a céu aberto East Side Gallery são uma das atrações turísticas mais conhecidas da capital alemã.
Arte nas ruínas
Os grandes murais artísticos também podem ser vistos num dos pontos mais altos da cidade, no monte Teufelsberg. Tanto artistas renomados quanto desconhecidos foram convidados a imortalizar sua arte de forma legal numa antiga estação de espionagem americana usada durante a Guerra Fria. As paredes chegaram a ser ampliadas, para que mais artistas pudessem expor seu trabalho.
Grafiteiros internacionais
Artistas de todo o mundo participaram do grandioso projeto dos grafites na avenida Märkische Allee, no bairro Marzahn. Estas duas imagens, por exemplo, são parte de 11 grafites criados por dez artistas convidados durante a segunda edição do Berliner Mural Fest, em 2019. As paredes foram disponibilizadas por uma imobiliária.
Corrida espacial
Muitas pinturas têm conteúdo político, como o "Astronauta/Cosmonauta", de Victor Ash, português criado em Paris. Aqui, ele retratou a corrida espacial entre EUA e União Soviética na Guerra Fria. A pintura, de 22 metros por 14, está desde 2007 num prédio da rua Oranienstrasse. A localização, no bairro Kreuzberg, foi importante para o artista, pois ali perto passava o muro que dividiu Berlim.
Um dos pioneiros
Este grafite de 1975 chama-se "Árvore do Mundo" e é de autoria do alemão Ben Wagin. Foi um dos primeiros grandes murais em fachadas de prédios em Berlim. Na década de 1970, a cidade incentivou projetos desse tipo através de concursos. Como muitas outras obras, o grafite original no bairro Tiergarten desapareceu com a construção de um novo prédio. No entanto, existe uma cópia exata dele.
A cópia
Depois de o original ter desaparecido, jovens artistas fizeram uma cópia exata, e a "Árvore do Mundo 2", no bairro Moabit, passou a ser um exemplo de preservação da arte de rua.
Em passagem subterrânea
Uma das muitas facetas da arte de rua são letras estilizadas. Em algumas partes de Berlim, dificilmente há paredes sem elas. Em geral, são abreviaturas dos nomes de grafiteiros, conhecidas como "tags". Afinal, é a forma de se tornarem conhecidos. Qualquer superfície serve de vitrine – e muitas vezes as figuras ou inscrições grafitadas são ilegais.
Mensagens criativas
Outra forma comum de arte de rua são os adesivos. Simples e baratos, eles estão colados por todos os cantos da cidade. Embora seja proibido colar adesivos em placas de trânsito, podem ser encontradas pequenas obras de arte bastante criativas, como esta, no bairro do Mitte, em que a placa ganhou um adendo em inglês, recebendo o sentido "Pare de comer animais".
Detalhes coloridos
A arte de rua nem sempre precisa ser grande ou chamativa: é o caso destes bonequinhos de cortiça. Eles podem ser encontrados em placas de trânsito e sinalizações de ruas e de logradouros em Berlim. Chamadas de "Instalações", as minifiguras e esculturas são feitas de diversos materiais.
Museu de Arte de Rua
Inaugurado em 2017, o Museu de Arte Contemporânea Urbana, no bairro Schöneberg, foi o primeiro museu de arte de rua de Berlim. Há espaço tanto para artistas consagrados mundialmente, como para iniciantes. O local registra, por exemplo, obras de Banksy e dos brasileiros Crânio e Pixote. As fachadas dos quatro andares do prédio são cobertas por grafites em grande escala.