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SaúdeÁustria

Áustria inicia testes em massa para conter covid-19

4 de dezembro de 2020

Testagem em larga escala na população visa evitar novos lockdowns. Especialistas, porém, contestam medida que poderia gerar impressão equivocada de normalidade.

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Fila em frente a local de testagem de covid-19 na Áustria
Austríacos fizeram fila para participar de testes de covid-19Foto: Ronald Zak/AP/dpa/picture alliance

A Áustria deu início nesta sexta-feira (04/12) à testagem em massa de voluntários para detectar e rastrear casos de covid-19 na população, o que as autoridades acreditam que poderá ajudar a evitar a adoção de medidas mais rígidas de restrição, como os lockdowns. 

Os testes rápidos com antígenos foram iniciados em Viena e nas províncias do Tirol e Vorarlberg, a poucos dias do início do relaxamento do lockdown imposto no país em meados de novembro. A testagem em outras regiões devem começar nos próximos dias. 

Os resultados positivos na testagem com os antígenos serão confirmados dentro de um prazo de 24 horas através de testes convencionais. Se confirmado o diagnóstico, o infectados e seus contatos deverão permanecer em quarentena.

A testagem não é obrigatória, e para participar da ação os interessados precisam se registrar num site. As Forças Armadas do país ergueram um enorme estrutura no Centro de Convenções em Viena com 170 corredores para os testes. 

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, disse que se uma grande parcela dos 8,9 milhões de habitantes do pais forem testados, as autoridades poderão encontrar e isolar vários pacientes que não apresentam sintomas, diminuindo assim as cadeias de transmissão.

Mas um número significativo de consultores científicos do governo são contra a testagem em massa. Eles afirmam que os resultados negativos dos testes podem dar a ideia equivocada de que os austríacos poderiam comemorar as festas de final de ano com seus familiares da mesma forma como fizeram nos anos anteriores.

Possíveis falsos negativos

Além da equivocada impressão de normalidade, os especialistas se preocupam com resultados falsos dos testes rápidos que estão sendo utilizados. Eles sugerem que, ao invés de testar a população em geral, o ideal teria sido concentrar os esforços em grupos de risco específicos e reforçar o rastreamento daqueles que tiveram contato com infectados.

A testagem em massa na Áustria seguem o exemplo já aplicado na província italiana de Tirol do Sul e na Eslováquia, que agiu para evitar um segundo lockdown ao testar quase dois terços de sua população em um fim de semana, no mês passado.

A Eslováquia, contudo, passou a abandonar a testagem em larga escala em razão da falta de capacidade de rastreamento dos contatos. Uma segunda leva dos testes em massa foi cancelada pelo governo.

A Alemanha não planeja seguir os passos do pais vizinho. O porta-voz do governo, Steffen Seibert, observou que o Instituto Robert Koch, que monitora o avanço da doença em solo alemão, recomenta a realização de testes em grupos específicos. Uma estratégia que vem sendo apoiada por virologistas e outros especialistas.

RC/dpa/ap