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UNICEF avisa que seca em Angola pode afetar milhões de crianças

Silva-Rocha, Antonio18 de julho de 2013

A seca que fustiga Angola e a Namíbia está a provocar sérias preocupações no seio de organizações nacionais e internacionais, como a Cáritas e a UNICEF. Tenta-se a todo o custo ajudar as populações afetadas.

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Depois da Cáritas Angola, foi a vez do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançar esta semana um apelo para angariar cerca de 17 milhões de euros para ajudar as populações de Angola e da Namíbia.

A UNICEF diz que a situação de emergência está ainda no início, mas é previsível que venha a agravar-se. Por isso, é necessária "ajuda urgente" para apoiar as populações afetadas, particularmente mulheres e crianças.

"Angola atravessa um período de seca prolongada e milhões de crianças serão potencialmente afetadas", disse Patrick McCormick, porta-voz da UNICEF em Genebra. "Os níveis de água estão a baixar rapidamente e cerca de 40 a 50% dos pontos de água já não estão a funcionar."

A UNICEF Angola quer juntar 14,3 milhões de euros para ajudar o país a enfrentar esta dramática situação.

Entretanto, para o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST), o Bispo de Saurimo, Dom José Imbamba, a campanha lançada a 23 de junho pela Cáritas Angola tem surtido efeitos muito positivos. Com a iniciativa, pretende-se arrecadar alimentos e água para ajudar 1,5 milhões de pessoas carentes nas províncias angolanas do Cunene, Huíla, Namibe, Benguela e Cuando Cubango.

"A campanha ainda está em curso. Não foi só a comunidade cristã que se mobilizou. O próprio Governo também está a trabalhar neste sentido com projetos pontuais e a médio e longo prazo", disse Dom José Imbamba.

"Esta é uma situação que nos abalou, mas que está controlada. E as ajudas que vão chegando também estão a atenuar as situações lastimáveis em que muitas comunidades se encontravam. Depois faremos o balanço, para medir o impacto desta ajuda de emergência que será completada com a outra ajuda que o Governo está a implementar, que são os furos de água que estão a ser feitos e vão fazer com que as pessoas retomem as suas atividades agrícolas."

Evitar crise alimentar e de saúde

Sobre a Namíbia, o porta-voz da UNICEF Patrick McCormick diz que a organização se quer focar na prevenção e no tratamento da subnutrição e das doenças e, ao mesmo tempo, apoiar na proteção e no acesso das crianças à educação

"Na Namíbia, há cerca de 778 mil pessoas, incluindo 109 mil crianças com menos de cinco anos, que correm sérios riscos de subnutrição após três décadas de fracas chuvas e um segundo ano de chuvas que não caíram em algumas regiões", referiu McCormick.

Por seu turno, a UNICEF Namíbia, para responder a esta situação, considera que são necessários cerca de 5,6 milhões de euros.

Tanto em Angola como na Namíbia, o objetivo da UNICEF é evitar o surgimento de uma crise alimentar e de saúde provocada pela seca.