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Ucrânia: Moscovo insiste em cessar-fogo

Lusa | AFP | rl
7 de janeiro de 2023

Rússia assevera que, apesar dos ataques de Kiev, o seu exército continua a observar um cessar-fogo para assinalar o Natal ortodoxo. Presidente Zelensky agradece aos EUA envio de armamento.

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Ukraine Russische Soldaten
Foto: Konstantin Mihalchevskiy/SNA/IMAGO

O ministério da defesa russo insistiu, este sábado (07.01), em comunicado, que o seu exército está a cumprir o cessar-fogo na Ucrânia para assinalar o Natal ortodoxo. Isto apesar dos ataques provenientes das tropas de Kiev, diz.

 "Apesar do fogo de artilharia das forças armadas ucranianas em áreas povoadas e posições russas, a aplicação do cessar-fogo anunciado será continuado pelas tropas russas", lê-se no documento que acrescenta, no entanto, que nas últimas 24 horas as forças russas repeliram uma série de ataques do exército ucraniano no leste da Ucrânia.

O porta-voz do exército russo, general Igor Konashenkov, em conferência de imprensa divulgada pela agência noticiosa Interfax, reiterou também hoje que a Rússia está a cumprir o cessar-fogo unilateral decretado pelo Presidente Vladimir Putin, e acusou as forças ucranianas de continuarem com as operações militares.

"As forças russas têm cumprido o cessar-fogo ao longo de toda a linha de contacto", disse o porta-voz do exército russo.

Jornalistas da AFP na cidade de Chasiv Yar, a sul da cidade de Bakhmut, afirmam ter ouvido durante a manhã deste sábado fortes disparos.

Nas últimas horas, as duas partes acusaram-se mutuamente de realizarem ataques, embora a Ucrânia não tenha esclarecido se as suas tropas iriam suspender os combates durante a trégua anunciada por Putin.

A Ucrânia considera que a declaração do cessar-fogo, que entrou em vigor esta sexta-feira, não passa de uma manobra do Kremlin para ganhar tempo, e já denunciou pelo menos um ataque russo contra as suas forças, apesar do cessar das hostilidades.

Zelensky em busca de apoios nos EUA

O governador da região de Sumi, Dimitro Jivitski, escreveu na rede social Telegram que as forças armadas russas atacaram a cidade de Shaliginsk em duas ocasiões ao longo do dia na sexta-feira, embora tenha descartado a possibilidade de haver vítimas.

Reações

Numa conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou os ataques russos.

"Estes ataques são uma contradição ao cessar-fogo unilateral anunciado pelo Presidente Vladimir Putin", disse.

Também os Estados Unidos consideraram que os ataques realizados, esta sexta-feira, pelas forças russas no leste da Ucrânia mostraram o cinismo do Vladimir Putin.

"Penso que a validade dessa avaliação foi confirmada, dado o que vimos durante todo o dia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, ao recordar que já tinha qualificado o anúncio de Moscovo como cinismo na quinta-feira.

"A nossa preocupação é que Moscovo use qualquer paragem na luta para se reequipar, reagrupar e finalmente atacar novamente com mais vingança, brutalidade e mesmo letalidade", acrescentou.

Zelensky agradece aos EUA

Num discurso efetuado esta sexta-feira à noite, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky agradeceu aos Estados Unidos da América (EUA) o envio de veículos blindados Bradley no último pacote de ajuda militar, sublinhando que são "exatamente o que é necessário" para o combate contra as forças russas.

"Pela primeira vez, vamos ter veículos blindados Bradley - é exatamente isto que é necessário. Novas armas e munições, incluindo as de alta precisão, novos foguetes.

É oportuno e forte", declarou o chefe de Estado ucraniano, enaltecendo o homólogo americano, Joe Biden, bem como os membros do Congresso e "todos os americanos que apreciam a liberdade e que sabem que vale a pena proteger a liberdade".

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